uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Exploração do trabalho infantil no Cartaxo com vigilância apertada

Exploração do trabalho infantil no Cartaxo com vigilância apertada

Protocolo assinado entre a câmara e Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social
Prevenir a exploração do trabalho infantil, encaminhar jovens para a escolaridade obrigatória e para a aquisição de vocação e formação profissional são os principais objectivos do protocolo assinado entre a Câmara do Cartaxo e Ministério do Trabalho e Solidariedade Social no âmbito do Programa para a Prevenção e Eliminação da Exploração do Trabalho Infantil (PETI). O programa vai ter base na Escola Básica 2/3 José Tagarro com o apoio de professores destacados e de uma equipa móvel composta por dois professores e uma assistente social. Segundo a directora do PETI, Joaquina Cadete, na região de Santarém está identificada uma tendência de casos de crianças em situação de exploração do trabalho infantil na agricultura e comércio, mas também em casos mais graves relacionados com prostituição e tráfico de droga. A missão dos técnicos será identificar situações em que os jovens até aos 16 anos sejam “obrigados” a trabalhar em restaurantes, na agricultura, na pensão e em muitos outros locais, prejudicando o seu desempenho escolar. O município cartaxeiro assegura o transporte escolar e o apoio à acção social escolar, desenvolvimento de actividades curriculares e de formação vocacional, bem como disponibilizar as diferentes infra-estruturas sociais, culturais e desportivas do concelho.“Não somos contra o trabalho de crianças e jovens, de apoio à família, mas sim contra a exploração de trabalho. Não é o trabalho a pôr a mesa ou fazer a cama, mas se a criança fizer 200 camas ou 200 mesas por dia já é outra coisa”, exemplificou Joaquina Cadete. Que considerou importante o apoio da autarquia em matéria de transportes e disponibilização de oficinas para desenvolvimento vocacional dos jovens. Joaquina Cadete lembrou, a título de exemplo, que não é apenas em termos de esforço e horas de trabalho na agricultura. O perigo está à espreita pela exposição a produtos tóxicos, no transporte em cima de tractores ou mesmo quando são levadas nas pás de retroescavadoras. “Se um jovem não aparecer na escola às 08h30 os pais são imediatamente avisados”, avisa a responsável. Além de identificar os casos, diagnosticá-los e propor acções, o PETI irá encaminhar os jovens mais problemáticos para incursões no mundo do trabalho em áreas como a mecânica, carpintaria e outras para futura integração em escolas profissionais a partir dos 16 anos. O presidente da Câmara do Cartaxo congratulou-se com a aplicação do programa no concelho. Paulo Caldas (PS) afirmou que o programa tem a vantagem de funcionar em colaboração com os actores locais que têm conhecimento das situações, numa relação de grande proximidade. “Penso que será um programa bem sucedido. Irá contar com o apoio de técnicos de acção social e da rede social e educativa do concelho que é bastante sólida”, afirmou o autarca.Paulo Caldas tem ideia que no concelho ainda existe uma matriz familiar muito ligada ao mundo rural, à indústria e no comércio mais pequeno, onde se recorre ao apoio de crianças e jovens. O autarca recorda até, em tom de brincadeira, os bons tempos em trabalhou nas campanhas do tomate e do vinho, para poder comprar as suas coisas e ir de férias.
Exploração do trabalho infantil no Cartaxo com vigilância apertada

Mais Notícias

    A carregar...