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Joaquim Carvalhal é encarregado fiscal de obras da Brisa

Joaquim Carvalhal é encarregado fiscal de obras da Brisa

“O alargamento da auto-estrada A1 é uma obra desafiante e aliciante”

A sua missão é fazer com que os empreiteiros cumpram os projectos e executem as obras sem falhas.

Joaquim Carvalhal está a trabalhar no alargamento da auto-estrada do norte entre Torres Novas e Santarém. É encarregado fiscal da obra ao serviço da Brisa Engenharia e Gestão. Há 17 anos que integra a empresa. Nos primeiros tempos recebeu formação em laboratório de geotécnica na análise de solos e massas betuminosas. Mas acrescenta que está em formação contínua, fruto da evolução do sector. A sua missão é fazer cumprir o projecto de execução da obra junto das entidades envolvidas: empreiteiros e subempreiteiros. “Com qualidade e segurança, respeito pelo ambiente e critérios de excelência que procuramos aplicar”, assegura. O trabalho de equipa é fundamental. Na estrutura, Joaquim Carvalhal reporta ao engenheiro fiscal e ao gestor do empreendimento. A equipa recebe ainda o apoio em matéria de segurança, ambiente e de laboratório por parte de técnicos da empresa. O ambiente é cada vez mais importante para o andamento da obra e uma engenheira vai acompanhando os trabalhos e apontando soluções para os problemas que se vão colocando.O projecto de alargamento da A1 no troço entre Torres Novas e Santarém decorre há cerca de um ano e deverá ficar concluído até final de 2007. Atravessa as freguesias de Azoia de Cima, S. Vicente do Paul, Casével, Pernes e Vaqueiros, até perto do limite com o concelho de Alcanena. Joaquim Carvalhal fala com os autarcas, sente os seus problemas em relação à obra e explica-lhes os objectivos e as dificuldades que estão pelo caminho.No trajecto entre Torres Novas e Santarém há 17 obras de arte, viadutos sobre a A1 que estão a ser desmontados e criados de novo. Joaquim Carvalhal gosta particularmente do trabalho nessas estruturas. “Os anteriores viadutos são feitos em betão e os novos são em estrutura metálica. As pessoas não imaginam que fazer o alargamento da auto-estrada também implica alterar 17 obras de arte só entre Torres Novas e Santarém”.Trabalho como este é realizado de noite para causar menos impacto no trânsito. O alargamento da A1 também não implica apenas “meter mais uma faixa” em cada sentido de rodagem. Está previsto acrescentar 18,30 metros em largura a cada sentido, incluindo as bermas (4,05 metros) para prever um alargamento futuro. É o trabalho actual que o técnico considera mais desafiante em termos profissionais. O estaleiro da empresa fica junto a Santarém. É aí, num contentor equipado que também se socorre dos dados do sistema informático, projectos e boletins de contrato da obra. Trabalha entre as 08h30 e as 18h00. Capacete, colete de sinalização, botas de biqueira de aço e cinto com arnês são o seu equipamento. “O trabalho de fiscalização é cada vez mais exigente para que os contratos e projectos sejam cumpridos à risca. O espírito de equipa é fundamental”, assegura o técnico. Joaquim Carvalhal já passou por muitas obras e locais. Trabalhou no viaduto de Loures (CREL), A8 (Malveira-Torres Vedras), A12 (ligação da ponte Vasco da Gama à A2) e na A10 (Carregado-Bucelas). Em Loures apanhou um valente susto. Quando subia a estrutura do viaduto parte do carrinho de avanço da obra cedeu. Mas não caiu. Estava a 90 metros de altura.Considera aliciante a possibilidade de um dia poder contribuir com o seu conhecimento nos mega projectos do TVG e do aeroporto da Ota. Em Moçambique, terra natal, Joaquim Carvalhal não se importava um dia de ajudar a construir uma grande infra-estrutura. A afinidade pelas obras públicas é tradição familiar. O seu avô paterno foi inspector-geral dos caminhos-de-ferro em Moçambique. Uma das situações mais interessantes da profissão é o conhecimento e relação que se trava com a diversidade de operários das obras. De cidadãos do Mali, Senegal, Nigéria e antigas colónias portuguesas em África, passando pelo Bangladesh, Brasil, de vários países do Leste da Europa. “Há pouco tempo até um chinês encontrei”, exemplifica o técnico. Que se não fosse encarregado fiscal gostava de ter sido médico, provavelmente cardiologista, para ver como funciona o coração das pessoas.
Joaquim Carvalhal é encarregado fiscal de obras da Brisa

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