Isto aconteceu em Almeirim. Fui cumprir o meu dever cívico de votar no referendo, mas por motivos imprevistos, cheguei quase no final. Tudo correu bem! Só que tive de utilizar, seguidamente, a casa de banho, que fica, paredes-meias com a sala de votos, nº2.Porém, a mesma estava fechada a sete chaves!... Indicaram-me outra no extremo oposto do corredor, anexa à sala nº9.Apoiado, infelizmente, em duas bengalas, dirigi-me ao local e, efectivamente, encontrei-a. O pior, no entanto, estava para acontecer!Ao pretender sair da mesma, esta não funcionava… Resolvi pedir socorro, batendo agressivamente na porta. Sentiam-se passos e vozes no exterior e a referida sala nº9, ainda acolhia os últimos visitantes mas nada de auxílio…Cheguei a convencer-me de que ali viria a passar a noite, sem jantar e, para cúmulo da infelicidade a sanita não tinha cobertura de qualquer natureza, onde pudesse sentar-me.Vivi uns dez ou vinte minutos de desespero. Até que enfim chegou um funcionário da junta de freguesia que, a pontapé, conseguiu libertar-me… Ainda bem! Que Deus lhe pague! Para socorrer qualquer pessoa, numa zona de circulação de alguns milhares de votantes, parece-me lógico que pese, embora que no meu caso se tenha trado apenas do encerramento duma casa de banho, não seria de escalar alguém para este serviço? Como tal não aconteceu, ouso perguntar: Porquê?Jacinto Morais Antunes