A voz da cantora Cristina Branco, eleita como a personalidade do ano pelos leitores de O MIRANTE, embargou-se no discurso de agradecimento ao falar no “seu príncipe” encantado, o filho, que adormeceu na cadeira do auditório durante a cerimónia de entrega de prémios. “Por todos os sacrifícios que ainda farei na vida dedico este prémio ao meu filho, que não resistiu à hora tardia. É por ele que faço isto”, disse a cantora de voz entrecortada pela emoção. A mesma voz cristalina que já foi elogiada pela crítica internacional. A cantora de Almeirim agradeceu o prémio recebido em casa, mas não escondeu a dor que a leva muitas vezes a deixar o filho e partir de malas e bagagens a dar a conhecer a canção portuguesa aos quatro cantos do mundo. “Não me importo de admitir que tenho com o meu trabalho uma relação de amor-ódio. É difícil hipotecar a vida mesmo quando estão em causa valores nobres com a nossa cultura e a língua portuguesa”, discursou visivelmente emocionada a cantora, considerada como uma das embaixadoras da cultura lusa, com oito discos gravados que fez uma carreira a pulso na última década.A voz de Vasco Cunha não se turvou, mas a emoção também ditou o discurso do ex-vereador do Cartaxo e deputado na Assembleia da República pelo círculo de Santarém, prémio personalidade na área da política. O líder do PSD de Santarém dedicou o prémio aos filhos em jeito de compensação pelo tempo que a actividade partidária intensa lhe retira. “Permitam-me que este prémio seja dividido com os meus filhos. São às vezes os nossos filhos que nos pedem para brincar no fim-de-semana e às vezes só uma ou duas semanas depois é que lhes damos esse tempo”. Considera que a distinção é uma responsabilidade acrescida. “O MIRANTE está a dar passos no sentido de hoje para amanhã não ser apenas um jornal e vir a constituir também uma boa reserva para aquilo que um dia poderá ser um grande projecto de televisão regional”, observou, elogiando ainda a visão e perspicácia do director-geral Joaquim António Emídio. “Agradeço a toda a equipa que faz o jornal e que me obriga a abrir o jornal e a lê-lo todas as quartas-feiras”.