A Câmara de Santarém decidiu atribuir um subsídio de 2.500 euros para apoiar a gravação de um novo CD da Orquestra Típica Scalabitana (OTS) que deverá ser apresentado a 18 de Março. O registo, cuja produção deverá orçar em 6 mil euros, será gravado no Círculo Cultural Scalabitano com recurso aos estúdios do maestro Jorge Costa Pinto. O grupo que canta as tradições ribatejanas está actualmente em fase de ensaios e está a tentar reunir a maioria dos elementos para efectuar o ensaio geral e a gravação ainda a tempo de lançar o novo trabalho na data prevista. Essas sessões só podem ser feitas aos sábados pois a maioria dos elementos trabalha e nem todos residem na zona de Santarém.O director da OTS, Vasco Nogueira, disse ao nosso jornal que a primeira gravação já devia ter sido feita, mas o facto de um dos músicos ter ficado retido em Londres por não haver voos acabou por obrigar a alterar os planos. Mesmo assim, o responsável está esperançado de que o lançamento a 18 de Março vai ser cumprido. “Estamos a trabalhar para isso”.A Orquestra Típica Scalabitana vai ainda receber uma verba de 500 euros mensais por parte da autarquia como apoio à sua oficina de música, que recomeçou a actividade este mês após ter estado algum tempo suspensa por falta de verbas. As inscrições vão ser abertas com o objectivo de captar mais jovens para o ensino da música que possam depois dar o seu contributo na orquestra. Actualmente nove crianças e jovens frequentam as aulas de solfejo ministradas pelo professor João Pinote.A reactivação da oficina de música, onde foram formados muitos músicos da Orquestra Típica Scalabitana, é vista como uma tábua de salvação para se contornar a falta de elementos com que se confronta o grupo. Para isso pretendem divulgar a oficina junto das escolas e incentivar as crianças a aprenderem a tocar um ou mais instrumentos. Se as coisas correrem bem, será contratado um professor para ensinar bandolim e guitarra de fado. A abertura de uma escola de acordeão é outra possibilidade.A OTS debate-se com alguns problemas para dar resposta aos convites que vão surgindo. O ano passado foram recusados oito ou nove concertos por dificuldades de agenda de alguns dos componentes, já que é complicado conciliar a agenda de tantas pessoas com profissões variadas e residentes em vários pontos do país. Além disso confrontam-se ainda com falta de efectivos e adivinham-se problemas maiores quando alguns dos jovens que se encontram a estudar no 12º ano saírem de Santarém para irem continuar os estudos noutras cidades. Uma situação que os impedirá de frequentar os habituais ensaios das quintas-feiras.“Estamos muito limitados e por isso é que temos de ter a escola a funcionar”, diz Vasco Nogueira, acrescentando que existem também algumas condicionantes devido à falta de espaço nas instalações do Círculo Cultural Scalabitano. A solução pode passar pelo aproveitamento do pátio situado nas traseiras do complexo, com a criação de salas para formação e ensaios. A ideia será lançada à nova direcção do Círculo, que deverá ser eleita em meados de Março.