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Folião Manuel Serra d’Aire

O São Pedro decidiu estragar as festas de Carnaval dos putos um pouco por todo o Ribatejo na manhã de sexta-feira. O excesso de zelo do santo que tutela a meteorologia (segundo a voz popular) foi tanto que em Samora Correia até caiu granizo. E em Santarém desabou uma trovoada que levou à debandada geral. Só faltou mesmo nevar. Está visto que estas manifestações pagãs não merecem grande consideração lá pelas alturas. Mas também é verdade que não cabe na cabeça de ninguém festejar o Carnaval em Fevereiro. Aliás é deprimente ver aquelas moçoilas das escolas de samba com collants por baixo do fio dental e todas arrepiadas enquanto abanam as nádegas. Se querem Carnaval a sério passem a festejá-lo em Julho e deixem-se de tretas. Acho que ninguém se chateava com isso desde que o Governo continuasse a dar a tolerância de ponto na terça-feira. Agora como as coisas estão é que não. A minha amiga Josineide diz mesmo que um brasileiro no Carnaval lusitano sente-se como um camelo no Pólo Norte. Imarcescível Manel fiquei estupefacto com a notícia sobre a queixa dos vizinhos da sede do PS no Entroncamento, que se queixam do ruído nocturno causado pelos militantes socialistas. Afinal de contas ainda há oposição na cidade dos comboios, mas pelos vistos faz o barulho no sítio errado. Que tal falarem mais alto na câmara e discutirem mais pianinho na sede? O que não me surpreendeu mesmo nada na citada notícia foi a declaração de um responsável socialista que rebateu as acusações dizendo que na sede do PS não há música ao vivo nem se organizam orgias. É com declarações infelizes como estas que se perdem as eleições. Porque se organizassem provavelmente teriam muito mais militantes e votos. Aliás, se os militantes do PS (e dos outros partidos) organizassem orgias em vez de andarem a discutir o sexo dos anjos e outras coisas sensaboronas provavelmente não veríamos as tristes figuras que os socialistas de Almeirim, por exemplo, andam a fazer. “Make love, not war” diziam os activistas anti-guerra do Vietname nos anos 70. Políticos e autarcas de todo o Ribatejo: sigam essa máxima e deixem-se de tretas. E se já não têm o ânimo de outros tempos não se esqueçam que há remédios que fazem milagres mais vistosos do que as rotundas que vós laboriosamente ajudastes a construir.Mas a notícia da semana foi o inquérito que revelou que os habitantes de Torres Novas estão preocupados com a poluição no rio Almonda. Como tu já referiste, já é estranho a câmara gastar dinheiro num estudo para lhe explicar o óbvio em termos ambientais. Toda a gente sabe que os esgotos correm livremente para o Almonda e que algumas estações de tratamento de esgotos não funcionam em condições. Agora chamar rio ao Almonda é que é absolutamente extraordinário. Na minha terra um rio é um curso de água. O Almonda às vezes mais parece uma espécie de fossa ou de esgoto a céu aberto onde por vezes corre algo parecido com água.Finalmente, meu caro, a tua proposta para me nomear como um dos grandes portugueses é louvável, mas infelizmente não passo do metro e setenta e cinco. Além disso as companhias do Salazar e do Cunhal não são as mais recomendáveis. Prefiro mil vezes uma qualquer bailarina de samba, mesmo que enregelada e com os biquinhos das maminhas arrebitados pelo frio.Uma bomba de mau cheiro do Serafim das Neves

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