Guerra entre o PS e a CDU da Chamusca está ao rubro
Socialistas fogem ao debate e recorrem a declarações de voto
A guerra entre os eleitos do PS e da CDU na Assembleia Municipal da Chamusca está cada vez mais acesa. Na última reunião daquele órgão, os socialistas votaram contra a ratificação de dois protocolos que visavam atribuir espaços para sedes a duas colectividades do concelho e nas declarações de voto acusaram o executivo liderado pela CDU de discriminação. Os socialistas parecem ter encontrado uma nova forma de atacar a maioria CDU evitando o contraditório. Não abrem a boca para discutir o assunto e no final da votação apresentam declaração de voto, que não permite resposta. A bancada socialista votou contra o protocolo de atribuição de uma loja no mercado municipal ao Chamusca Basket Clube, porque entendeu que a colectividade, pelo trabalho que desenvolve com os jovens da comunidade, merece ter como sede um espaço mais digno. “E a câmara tem espaços melhores e com mais condições do que uma loja no mercado para a sede do clube”, referiram na declaração de voto.Os eleitos do PS, foram ainda mais longe deixando a ideia de que existe algum descontrolo na gestão CDU e aproveitaram para refinar a crítica. “O local que pretendem ceder ao Chamusca Basket é completamente desadequado, e não compreendemos como é que a câmara desbaratou recentemente mais de 45 mil euros para a defesa do comércio tradicional e agora vai ceder uma loja no mercado para um fim que não tem nada a ver com o comércio”.Os elementos da CDU quiseram contrapor e fazer uma contra-declaração de voto. Foram impedidos de o fazer pelo presidente da mesa, mas não deixaram de acusar os socialistas de hipocrisia e cobardia política. E a guerra acentuou-se ainda mais quando na proposta seguinte, que tratava de um novo protocolo para regularizar a cedência do espaço onde a SAPA – Secção Autónoma de Pesca Arripiadense tem a sua sede, os socialista voltaram a votar contra e a apresentar uma nova declaração de voto onde acusavam o executivo de discriminação. No protocolo com o Chamusca Basket constava que a câmara pagava a água e a luz, no da SAPA essa verba seria contabilizada em forma de subsídio e por isso regularizada em subvenções no final do ano. Mas já no período destinado ao público o vereador Francisco Matias (CDU) acabou por esclarecer que tinha havido um erro no texto do protocolo do Chamusca Basket. “No ponto do protocolo com o Chamusca Basket, onde se diz que a câmara paga a água e a luz está errado. Nas lojas do mercado os locatários é que têm que fazer a requisição da ligação da água e da luz e são eles que depois têm que fazer o seu pagamento. Foi um erro de que peço desculpa” disse.Antes disso, os eleitos da CDU haviam protestado mais uma vez por não poderem fazer o contraditório. Mais tarde durante uma intervenção de outro ponto da ordem de trabalhos, o presidente da câmara, Sérgio Carrinho (CDU), não deixou também de mostrar a sua indignação. “A forma como os socialistas estão a usar as declarações de voto não é eticamente aceitável, é hipócrita e parece-me ser um claro desrespeito para com a assembleia”, garantiu.
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