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Oposição deixou PS a falar sozinho na Assembleia Municipal do Cartaxo

Oposição deixou PS a falar sozinho na Assembleia Municipal do Cartaxo

Socialistas criticam abandono e falam em atitude desprezível
Os eleitos do PSD, da CDU e do BE na Assembleia Municipal do Cartaxo abandonaram a última sessão em protesto pelo facto de os elementos da maioria socialista terem votado contra o prolongamento do período de antes da ordem do dia por mais meia hora. Uma situação que levou a que várias moções dos partidos e, inclusivamente, dos socialistas, ficassem por discutir e votar. Após um intervalo de alguns minutos, os deputados da oposição - 5 do PSD, 3 da CDU e 1 do BE - voltaram à assembleia e decidiram abandonar a sala quando o presidente da mesa, António Góis (PS), deu início à ordem do dia. Apenas o social-democrata Pedro Reis ficou na sala para dizer à mesa que os deputados abandonavam a sessão em protesto com a situação e sugeriu que se apurasse se haveria quorum para continuar os trabalhos. Na altura em que a oposição abandonou a sala, ficaram apenas 14 deputados do PS dos 29 deputados municipais, logo não havia quorum (é necessário mais de metade dos eleitos). Para contornar a situação, o presidente da assembleia suspendeu os trabalhos e esperou que regressasse um deputado do PS que se tinha ausentado temporariamente. Não colocando em causa o cumprimento do regimento da assembleia, em conferência improvisada no exterior do salão nobre, a oposição apelidou de “politicamente vergonhosa, inédita” e ilustrativa de “falta de cultura democrática” a atitude da maioria socialista. E promete impugnar, em conjunto, a assembleia dessa quarta-feira, 28 de Fevereiro, devido à falta de quorum verificada a dado passo. Lembraram os deputados Luísa Pato (PSD), Francisco Colaço (BE) e Maria Emília Soares (CDU) que durante a hora que durou o período de antes da ordem do dia, o vereador do PS, Francisco Casimiro, tomou mais de metade do tempo a responder a questões colocadas.Luísa Pato considerou grave o facto de o PS contrariar o sentido de democraticidade da assembleia e de impedir a oposição de expor as questões no local apropriado. Enquanto para Maria Emília Soares o PS mostrou sobretudo “poder e arrogância da maioria” e considerou que a atitude da oposição é uma medida de força de aviso à maioria. Pelo BE, Francisco Colaço lembrou que a gestão da causa pública não se faz de modo administrativo mas com bom senso. E acusou o PS de impedir que a oposição se manifeste e faça críticas, matando a discussão à nascença.“Dia triste para o Cartaxo”O PS não perdeu tempo e no final da sessão realizou uma conferência de imprensa na qual, como presidente da comissão política concelhia socialista, o presidente da câmara Paulo Caldas assumiu as despesas do contra-ataque e dirigiu palavras duras à oposição. Classificou de “irresponsável, desprezível, triste e demissão de responsabilidades” a postura dos deputados da oposição, numa atitude que considerou ter sido deliberada. Diz que foi aproveitada uma indisposição de um deputado socialista (que teve de sair durante algum tempo) para tentar que a assembleia ficasse sem quorum. Paulo Caldas acusou a oposição de se demitir da sua função e de desprezar a população do concelho e quem os elegeu. Chegou mesmo a admitir que um “desaire mental” dos deputados da oposição pode ter estado na origem do desfecho daquela assembleia. “É um dia triste para o concelho do Cartaxo”, rematou. Lembrou ainda que noutras sessões da assembleia já se votou a não prorrogação dos trabalhos, sem as consequências dessa sessão. Os elementos negaram ainda terem protagonizado uma atitude concertada com o objectivo de espicaçar a oposição e recusam a ideia de ter havido, em qualquer momento, falta de quorum da assembleia. Recorde-se que durante o período de antes da ordem do dia, que tem a duração de uma hora, os deputados foram interpolando a leitura de algumas moções com a exposição de assuntos aos vereadores da maioria camarária que se encontravam na altura, Francisco Casimiro e Rute Ouro. Foram avisados pelo primeiro secretário que podiam ler primeiro as moções e depois abordar outros assuntos, mas preferiram não o fazer.
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