Esquadra da PSP de Fátima fecha e patrulhamento passa para a GNR
Esta é a única mudança substancial na região. Para já o silêncio é de ouro
Governo decidiu fechar a esquadra da PSP da cidade e dar o exclusivo do policiamento à Guarda
A esquadra da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Fátima é a única a encerrar no distrito de Santarém, no âmbito do plano de reestruturação das forças de segurança, apresentado a 1 de Março pelo Governo. O compromisso político de não encerrar esquadras instaladas em sedes de concelhos “poupou” Ourém mas vitimou o dispositivo policial da sua maior freguesia, Fátima, onde o policiamento passará a ser assegurado pela Guarda Nacional Republicana (GNR). Cartaxo e Torres Novas, cidades onde chegou a temer-se o encerramento das esquadras da PSP, também escaparam. Ainda na área de abrangência de O MIRANTE há mexidas relevantes no concelho de Vila Franca de Xira onde a PSP ganha à GNR o policiamento em exclusividade em Alverca, Alhandra, Forte da Casa, Póvoa de Santa Iria e Sobralinho. A decisão de encerrar a esquadra de Fátima deixou “de luto” o comandante distrital da PSP de Santarém, superintendente Levy Correia. Em declarações a O MIRANTE, Levy Correia afirmou que o anúncio do Governo “quase o matou de desgosto”. “Receber uma notícia destas é a mesma coisa que me darem a notícia da morte de um filho”, disse Levy Correia, adiantando que na base desta decisão política esteve “o sistema de contrapartidas” a dar à GNR pelo facto de ter perdido a guarda fiscal e as brigadas de trânsito.Embora o caso de Fátima seja o mais notório, o novo mapa da distribuição das forças de segurança traz outras mexidas na região, nomeadamente no que respeita às freguesias “partilhadas” pela PSP e GNR. As freguesias de Várzea (Santarém), Alferrarede (Abrantes), Cartaxo e Santa Maria, São Pedro e São Salvador (todas no concelho de Torres Novas), vão passar a ser policiadas exclusivamente pela PSP. Ao contrário, e para além de Fátima, fica da exclusiva competência da GNR o patrulhamento e segurança nas freguesias de São Miguel do Rio Torto (Abrantes) e quatro freguesias do concelho de Tomar – Carregueiros, Casais, Madalena e São Pedro – onde a PSP também prestava serviço.O comandante distrital da PSP ressalvou que a eliminação das freguesias partilhadas já foi assumida pelo comando, adiantando estar-se actualmente no “período de maturação” das propostas. De acordo com Levy Correia, Abrantes e Santarém já estão a negociar a redefinição das suas áreas de actuação, seguindo-se depois Cartaxo, Ourém, Tomar e Torres Novas. “O único concelho que fica de fora destas mexidas é o Entroncamento, uma vez que as suas freguesias são de cariz marcadamente urbano e por isso irão continuar a ser da exclusiva competência da PSP”.Por parte da GNR o silêncio é de ouro. O oficial de relações públicas do comando de Santarém, major Rego, afirma não ser neste momento oportuno tecer comentários à reorganização proposta pelo Governo. “Ainda ontem (segunda-feira) recebemos da hierarquia uma proposta de reorganização das nossas zonas de acção na região, para ver se têm ou não acolhimento”, disse, adiantando que antes de 15 dias não deverão fazer quaisquer comentários sobre elas, nomeadamente quanto ao futuro de alguns pequenos postos como São Facundo (Abrantes), Couço (Coruche) ou Pernes (Santarém). Admitindo ter ficado surpreendido com a exclusividade de Fátima, o responsável sublinhou que “a GNR vai trabalhar o melhor possível com os recursos que puserem ao seu dispor”. Construção de novas esquadrasNos próximos cinco anos o Governo compromete-se a construir 48 novas esquadras da PSP e 66 postos da GNR. No caso da Polícia, o comando de Santarém reivindica a construção de duas esquadras, no Cartaxo e em Ourém. Neste último caso Levy Correia avança até com uma solução “mais barata” – os polícias passarem a ocupar o recente quartel da GNR da cidade. “Se a GNR ficar sedeada em Fátima e for ocupar as instalações actuais da PSP não vejo porque é que a PSP de Ourém não se poderá instalar no quartel que a GNR tem na cidade”. A sul estão também previstas mudanças, com a possibilidade da PSP ocupar o quartel da GNR edificado há cerca de dois anos em Alverca do Ribatejo.
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