As corridas de touros como elas são um dia destes acabam. É fatal como o destino. E uma das razões para o fim das corridas de toiros como as conhecemos, ainda com os vícios de antigamente, fica a dever-se ao elitismo que teima em prosperar num meio de umas dezenas de velhos do Restelo que ainda não perceberam que o mundo mudou  é preciso acompanhar os novos tempos e as novas mentalidades.A criação de uma associação de forcados é uma boa ideia se o associativismo entre a forcadagem respeitasse as mais elementares regras da democracia. Pelo que se vai sabendo (e lendo no O MIRANTE) a associação de forcados funciona como um grupo de interesses mais preocupado em garantir o futuro de certos grupos mais influentes do que em disciplinar e democratizar a actividade dos homens das jaquetas.As corridas de toiros ainda são uma realidade em Portugal porque as câmaras municipais subsidiam os empresários ao mesmo nível que subsidiam os grupos de teatro, as colectividades e as associações culturais. E é preciso desmascarar esta subsídio - dependência. Patrocinar corridas de toiros não é o mesmo que apoiar a cultura e o desporto dirigida aos jovens e às populações que têm menos aceso à cultura. Se os empresários não são capaz de levar público às praças que se organizem e promovam espectáculos que estejam ao alcance da bolsa da generalidade dos portugueses. Em vez de cobrarem bilhetes a 50 euros baixem os preços para valores que se aproximem do poder de compra da maioria dos aficionados.Li e fiquei intrigada com a força associativa dos forcados portugueses. O marialvismo já não é o que era dantes. A deputada Ana Gomes e os deputados do Parlamento Europeu, que se preparam para votarem contra a organização das corridas de toiros, não andarão muito longe da razão do Senhor. Se nem todos os homens têm o direito de pegar os bois de caras então que se deixem os bois em paz e que se aproveitem as pastagens para criar carneiros e ovelhas que serão muito mais do agrado de Deus.Ana Fernandes