Presidente da Câmara de Constância está de baixa há dois meses devido a depressão
António Mendes diz que a ausência é temporária e não pensa em abdicar
“Quem dera a mim estar amanhã ao serviço”, diz o presidente da Câmara de Constância a O MIRANTE, quando questionado sobre a sua ausência prolongada da gestão autárquica. Há dois meses que foi diagnosticada a António Mendes (CDU) uma depressão que o afastou temporariamente dos destinos do município. Temporariamente porque o presidente nem sequer põe a hipótese de abdicar do cargo. E sempre que se sente melhor tenta manter-se a par dos dossiers mais complicados, agora a cargo da vice-presidente Júlia Amorim. “Já fui à câmara diversas tardes”, diz.Ao nosso jornal António Mendes confessa que deveria ter dado mais atenção aos “sinais” que o seu corpo e a sua mente lhe enviaram no final do ano passado. Mas deixou “andar o barco”, fazendo com que as dores de cabeça prolongadas e as quebras de tensão se agudizassem e o atirassem para o leito, no início deste ano. Para além da depressão cerebral diagnosticada, o autarca debate-se também com dores nas articulações, resultado de um problema crónico (artrite reactiva) conhecido no pós-operatório de uma operação ao coração (substituição da válvula mitral) realizada em finais de 1994.O autarca salienta que os últimos meses não foram fáceis, nomeadamente por causa da falta de motivação e de vontade em fazer algo, e confessa até ter recorrido à medicina alternativa, consultando um naturista. Há uma semana que está a ser tratado por um psiquiatra “de renome”, que lhe alterou toda a medicação que vinha a tomar. “Mas oito dias é pouco tempo para se notarem melhoras”, contemporiza, adiantando que espera retomar as funções que lhe foram confiadas pelo povo o mais rapidamente possível. “Nunca me passou pela cabeça abdicar delas”, diz.O único vereador da oposição no executivo, curiosamente homónimo do presidente, afirma-se solidário com a situação. O socialista António Luís Mendes diz lamentar a ausência do presidente e adianta que acima dos cargos políticos está a saúde das pessoas. “O executivo não é o mesmo sem o presidente. Ele sempre foi um centralizador, gostava de tomar conta dos dossiers, de tratar de tudo. Talvez tenha sido isso que o abalou”, refere o vereador da oposição, adiantando não saber se essa característica do presidente “é um defeito ou uma virtude”. “Faço votos que regresse em breve”, conclui António Luís Mendes.
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