Iberol queixa-se dos limites de produção de bio combustivel ao Presidente da República
Cavaco Silva inclui unidade de Alhandra no Roteiro da Ciência
A Iberol reclama uma cota alargada com isenção do imposto para poder produzir mais biocombustível e assim rentabilizar o investimento feito em Alhandra.
A visita do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, às instalações da Iberol Sociedade Ibérica de Biocombustíveis e Oleaginosas SA, em Alhandra, ficou marcada pela questão dos limites impostos pelo governo à produção anual de biocombustível. O presidente do Conselho de Administração da Iberol, João Rodrigues, contestou o limite de toneladas a que cada operador está sujeito para poder ter a isenção sobre produtos petrolíferos (ISP). “Não entendo porque é que a duas fábricas [Iberol e Torrejana] são atribuídas 112 mil toneladas e a empresas que não existem são atribuídas as restantes”, afirmou João Rodrigues, durante a visita de Cavaco Silva às instalações na terça-feira 13 de Março.O Presidente da República esteve na Iberol durante cerca de uma hora na segunda jornada do Roteiro da Ciência, num dia dedicado às energias limpas e à protecção do ambiente. Cavaco Silva descerrou a placa que inaugurou a unidade de biodiesel da Iberol, a funcionar desde Abril do ano passado, e visitou as instalações, tendo depois saído sem fazer qualquer comentário.João Rodrigues adquiriu a Iberol em 1998. Na sua mente estava então a intenção de começar a produzir biodiesel em Portugal. A ideia surgiu-lhe depois de assistir a uma conferência na qual se concluiu que Portugal não tinha capacidade para produzir biodiesel. João Rodrigues lutou para contrariar essa conclusão e a 28 de Abril de 2006 iniciou a produção industrial do combustível, que atinge as 100 mil toneladas anuais, embora a fábrica tenha capacidade para mais. “Em finais de 1998 esta empresa estava descapitalizada, os trabalhadores tinham, em média, um ano de salários em atraso, não havia trabalho nem esperança”, recordou o presidente. Desde que começou a produzir biodiesel, a Iberol passou de “empresa quase moribunda”, como qualificou João Rodrigues a líder de mercado. Prevê-se que em 2007, 61 por cento do volume de negócios da empresa venha do biodiesel. “A Iberol é um centro de conhecimento e isso é um grande orgulho para mim”, referiu João Rodrigues, realçando o facto de ter aumentado o número de trabalhadores qualificados na empresa.Apesar de todas as batalhas ganhas, João Rodrigues referiu ainda alguns problemas como as regras da Organização Mundial do Comércio, a fraca acção da União Europeia face à concorrência desleal ou a sustentabilidade da produção de biodiesel. Para além disso, João Rodrigues frisou que “o estado não deve criar problemas adicionais aos problemas que nós já temos”, referindo-se, uma vez mais, aos limites de produção impostos pelo governo. “Se queremos ter um país moderno e desenvolvido é fundamental que haja confiança mútua entre Estado e empresas”, reforçou.Vilela de Matos, membro do Conselho de Administração da Iberol, chamou também a atenção para a necessidade de desassoreamento do rio. “Se o rio fosse desassoreado poderíamos trazer aqui barcos maiores e tirávamos carros de Lisboa”, explicou. “Já vamos melhorar a situação expedindo biodiesel para Sines de comboio”, referiu Vilela de Matos, lamentando que a via fluvial não seja também aproveitada.
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