uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Deitar mãos à obra

O Campo Emílio Infante da Câmara, em Santarém, é quase um território de ninguém. A gente espanta-se com o número de pessoas que ao longo dos últimos anos debitaram discursos, fizeram projectos, alimentaram ilusões e não fizeram a ponta de um corno para que o antigo campo da feira se reconvertesse no espaço que todos desejam: o novo centro da cidade. A La Defense de Santarém, a cidade do futuro.Uma dúzia de anos depois, sem a feira do Ribatejo a impedir a reconversão daquele espaço, a discussão sobre o campo Emílio Infante da Câmara volta a estar ao rubro porque finalmente alguém decidiu (a Misericórdia de Santarém) deitar mãos à obra e iniciar o que até agora ninguém teve a coragem de assumir.Não sei nem quero saber quem vão ser os empresários da construção civil que vão enriquecer à custa do betão armado que vai nascer naquele espaço. Não sei nem quero saber quem é que tem dinheiro (eu não sou) para comprar ali uma casa para viver. Não gosto é de ouvir os mesmos de sempre a clamarem por socorro porque vem aí a desgraça, o monstro, a mão capitalista que transforma metros quadrados de terra em milhões de euros. Para os arautos da desgraça, Santarém até pode continuar a crescer graças à construção desenfreada nos subúrbios da cidade. Não interessa como nem em que condições. No Campo Emílio Infante da Câmara é que a obra tem que cair do céu. Não somos mestre-de-obras, nem temos amigos engenheiros ou arquitectos, mas também não devemos nada aos arautos da desgraça que acham que tudo o que mexe na cidade de Santarém tem que levar um tiro na cabeça. Se a Misericórdia de Santarém conseguiu finalmente um projecto com pés e cabeça para parte daquele espaço, esperamos que a obra seja feliz e que a cidade das Portas do Sol comece a ganhar finalmente um novo centro. Quem andou nestes últimos anos a fazer projectos na areia que fale mas com conhecimento de causa. Por amor à cidade e não para defender interesses pouco claros. Santarém não é um feudo de meia dúzia de empresários que falam alto e de políticos que não fazem… nem saem de cima. Haja alguém que ajude a dar o pontapé na crise e pegue os bois de caras. Mesmo que a praça de toiros venha baixo. JAE

Mais Notícias

    A carregar...