Apesar da experiência, subir uma montanha com mais de oito quilómetros está longe de ser uma tarefa fácil. Sobretudo a partir dos seis mil metros, a chamada zona da morte, altura correspondente a três vezes a nossa Serra da Estrela. O ar é tão rarefeito que não há qualquer tipo de vida animal ou vegetal. Para escalarem a partir dessa altura os montanhistas têm de ir subindo e descendo para se aclimatarem pouco a pouco com a falta de oxigénio, cujo nível entre os 7.000 e os 8.000 metros andará em cerca de 30 por cento do habitual. A esse nível a subida é feita à média de três metros por minuto, o que dará cerca de cem metros numa hora. Um quilómetro demora quase meio dia a percorrer.Uma viagem deste tipo implica ainda outras dificuldades e peripécias. A logística é enorme. Além das tendas e dos utensílios para cozinhar e aquecer o ambiente é necessário levar, entre outras coisas, sacos-cama, roupa e calçado. O percurso é quase sempre feito a pé em carreiros. Carros e estradas é algo que não existe assim que se começa a escalar. Conseguir um visto para entrar no país e subir a montanha custa cerca de mil euros e, contas em cima do joelho, cada um dos participantes nesta expedição ao Shisha Pangma gastou cerca de 6.000.