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Ex-Presidente da República, Jorge Sampaio, sai em defesa das touradas

Ex-Presidente da República, Jorge Sampaio, sai em defesa das touradas

“Deixem a festa correr” foi o apelo que se ouviu no Museu Mário Coelho em Vila Franca
O ex-presidente da República, Jorge Sampaio, interveio a favor da continuidade das touradas em Portugal no decorrer de um debate sobre na Casa Museu Mário Coelho em Vila Franca de Xira. “Deixem as pessoas que gostam da festa brava recriarem-se culturalmente. Deixem a festa correr”, afirmou segunda-feira, 19 de Março, no final da sua intervenção. Jorge Sampaio, explicou, no decorrer daquele que considerou o seu primeiro acto público relacionado com as touradas depois do seu mandato enquanto presidente da república, que a sua aficion começou com a mãe que morava perto do Campo Pequeno e que o levava às touradas em Espanha. O ex-presidente defende um pluralismo cultural, “mesmo que isso implique a morte do animal”. Neste sentido abordou a posição tomada no seu mandato a favor das touradas de Barrancos. “Nem Salazar proibiu as touradas de Barrancos e, podemos criticá-lo por muita coisa mas, burro ele não era”. A polémica em volta das tradições barranquenhas, Sampaio justificou com uma incapacidade das pessoas em compreender que existem diferenças culturais. O político confessou que sente um crescendo de adversários da festa dos toiros mas enfatizou a necessidade de encontrar um equilíbrio entre os defensores e os avessos à festa brava.A Casa Museu, situada na Travessa dos Maiorais, foi pequena para os muitos aficionados que quiseram assistir à tertúlia moderada pelo comentador tauromáquico, Maurício do Vale. Jorge Sampaio foi o convidado principal mas dividiu o palco com Vera Jardim, ministro do Justiça no governo de António Guterres, e com Jorge Fagundes. Desta vez o assunto não foi a praça de toiros Palha Blanco nem os amores e desamores à festa brava dos oficiados vilafranquenses. Durante cerca de hora e meia os oradores recordaram as origens da sua paixão pela tauromaquia e discutiram o futuro da mesma.Depois de Jorge Sampaio, o ex-ministro Vera Jardim relembrou a sua infância em Vila Franca e os tempos em que ensaiava corridas de toiros com panos que faziam de bandarilhas e paus a imitar os cornos do animal. A paixão pelos toiros, contou, surgiu na primeira vez que assistiu aos espectáculos do Colete Encarnado acompanhado pelo pai. Hoje em dia, o político sente-se pouco optimista quanto à evolução das touradas com as próximas gerações. “Os meus filhos, por exemplo, são completamente anti-touradas”, admitiu. Vera Jardim fez, por último, uma homenagem ao malogrado Álvaro Guerra, romancista amante da tauromaquia, “foi das pessoas que mais me entusiasmou a gostar da festa brava”, reforçou.Jorge Fagundes e Rui Bento Vasques, antigo matador de toiros e responsável pela dinamização da Praça de Toiros do Campo Pequeno, também usaram da palavra. A presidente da câmara Maria da Luz Rosinha fechou a sessão enaltecendo a iniciativa que ajuda a manter viva a festa brava e expressou a estranheza que sente quando se fala em crise da aficion. A autarca disse acreditar que, se houvesse autorização para tal, cada freguesia do município vilafranquense gostaria de ter o seu espaço para fazer festas de toiros. Na sua opinião o que acontece é que os aficionados não se pronunciam e os que reprovam a aficion o fazem e têm muito acolhimento na comunicação social.
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