uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Pequenos poetas espalham rimas de vida no dia da poesia na Póvoa de Santa Iria

Pequenos poetas espalham rimas de vida no dia da poesia na Póvoa de Santa Iria

Crianças aprendem o valor da poesia num clima de brincadeira

O gosto pela poesia pode ser uma forma de estimular a prática da leitura junto dos alunos mais novos e fora do ambiente escolar.

Sexta-feira, 11h30. As aulas dos alunos da Escola Primária de Santa Eulália, de Vialonga, começam hoje de forma diferente. Por uma manhã, deixam-se de lado as contas de somar ou os nomes dos rios. O dia hoje é para a poesia. O local escolhido foi a Biblioteca Municipal da Quinta da Piedade, na Póvoa de Santa Iria. Na sala que acolhe os 12 alunos do quarto ano, o sol amarelo pintado na parede reflecte o dia claro que faz lá fora. Cá dentro, fala-se de poesia. Andreia Brites é a orientadora do atelier “A palavra poema”, uma das iniciativas municipais que assinala o Dia Mundial da Poesia, celebrado a 21 de Março. “Vocês gostam de poesia?”. Um “sim” estridente ecoa pela sala. Andreia Brites distribui poesias com versos inacabados que os alunos deverão, em grupos de três, completar. Rapidamente começa a algazarra.O contacto com os livros é algo familiar a este grupo de alunos. “Por norma, fazemos várias actividades com a biblioteca”, explica a professora, Judite Campos. “Já fizemos a visita guiada e fazemos sempre a hora do conto. Desta vez, para comemorar o Dia Mundial da Poesia, temos este atelier que é uma actividade diferente”, diz, acrescentando que está também programado, embora ainda sem pormenores definidos, um encontro entre os alunos e um escritor. “Estas actividades são muito importantes e eles levam isto muito a sério”, afirma. E levam mesmo. Os grupos empenham-se em completar versos ou encontrar o verso intruso num determinado poema. Todos querem ser os mais rápidos e os melhores.Daniela, Cláudia e Renato são o primeiro grupo a descobrir os seis versos intrusos. Todos afirmam gostar de poesia, lendo-a não apenas na escola, por obrigação, mas também em casa, por gosto. “A poesia é gira porque rima”. É deste modo simples e sem lirismos que Daniela explica a sua preferência pelos versos em detrimento dos contos. “Aprende-se sempre com a leitura, mesmo que seja uma história qualquer”, dizem, quase em uníssono.Tiago Gomes, de 9 anos, foi um dos alunos mais entusiasmados com a participação no atelier. Quando lhe perguntaram se tinha gostado dos poemas a resposta estava na ponta da língua: “adorei!”. Também Tiago Ribeiro e José Tiago, colegas da mesma sala de aula, saíram da biblioteca satisfeitos com a experiência. “É bom aprender ao mesmo tempo que brincamos fora da escola”. Também a professora Judite vê com bons olhos a realização de actividades fora do recinto escolar. “A zona de Santa Eulália, onde eles estudam, é um bocado isolada”, diz a pedagoga. “Este ano temos alunos do 1º ano que nunca andaram de comboio”, lamenta, acrescentando que não é por falta de condições económicas dos pais que estes alunos “não têm muitas vivências”. Para ajudar a colmatar essa falha, os alunos passaram a quarta-feira, 21 de Março, no Parque das Nações, para assinalar o Dia Mundial da Floresta num ambiente diferente.O atelier “A palavra poema” foi uma das várias actividades que ocuparam a semana em que se celebrou o Dia Mundial da Poesia. Um encontro com o poeta Gastão Cruz na Biblioteca Municipal de Alverca do Ribatejo, um espectáculo evocativo da vida e obra de José Afonso na Biblioteca Municipal de Vila Franca de Xira, uma venda de livros de poesia e a inauguração de duas exposições, sobre Eugénio de Andrade (na Póvoa de Santa Iria) e sobre José Afonso (em Alverca) foram outros dos eventos que assinalaram a data.
Pequenos poetas espalham rimas de vida no dia da poesia na Póvoa de Santa Iria

Mais Notícias

    A carregar...