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Estudo defende vantagens de construir novo aeroporto no Poceirão

Naer refuta argumentação técnica e contrapõe vantagens da Ota
Um estudo preliminar feito pelo especialista em transportes José Manuel Viegas conclui que o impacto ambiental do novo aeroporto será menor se este for construído no Poceirão, entre Montijo e Palmela, mas a Naer diz que esta "sugestão", não tem "fundamentação em estudos técnicos". O estudo, a que a Lusa teve acesso, propõe que o novo aeroporto seja construído no Poceirão, freguesia situada na margem sul do Tejo, por esta localização oferecer vantagens ambientais e de comunicações, relativamente à Ota.São identificados quatro atributos favoráveis: localização em terrenos de "orografia suave, sem restrições especiais de protecção ambiental e com reduzida presença de sobreiros"; estar "mais afastado" do que Rio Frio das zonas húmidas do Tejo e do Sado, o que diminui "riscos de interferência com a fauna avícola"; proximidade ao traçado previsto para a linha de Alta Velocidade Ferroviária Lisboa - Madrid; e ser uma "localização favorável face ao sistema de auto-estradas existente".A Naer, empresa do novo aeroporto, em declarações à Lusa, reagiu às conclusões deste estudo afirmando que "as localizações divulgadas configuram meras sugestões, sem qualquer fundamentação em estudos técnicos, mas apenas em documentos muito preliminares", assegurando que "as condições geo-estruturais da Ota são mais favoráveis que as da zona de Rio Frio".As condições meteorológicas, o "trânsito de aves na vizinhança da infra-estrutura ou a existência de infra-estruturas aeronáuticas militares" são os argumentos a favor da localização na Ota invocados pela Naer.No estudo, datado de Janeiro de 2006 e agora divulgado, José Manuel Viegas afirma que a escolha do "sítio da Ota resulta mais de debilidades dos sítios alternativos que do reconhecimento de virtudes significativas do próprio" local. No que concerne à diminuição dos impactos ambientais, este estudo garante que os 150.000 sobreiros que seriam abatidos em Rio Frio são reduzidos para 10.000, enquanto que o risco de interferência com a migração das aves é reduzido em 15 por cento, caso a escolha da localização do novo aeroporto internacional de Lisboa recaia sobre o sítio do Poceirão.De acordo com um parecer da Associação Portuguesa de Geólogos invocado pela Naer, os terrenos da Ota "são de mais fácil compactação e menor plasticidade, sendo ainda de menor aptidão agrícola". Defendendo que a zona da Ota é "muito menos sensível do ponto de vista dos impactes na avifauna", a empresa do novo aeroporto, alerta para a colisão de aeronaves com aves, "um factor de risco operacional importante", chamando também a atenção para o facto de na zona do Poceirão se desenvolver o maior aquífero de água doce da Península Ibérica.No "Estudo Preliminar de Avaliação do Sítio do Poceirão para Implantação do Novo Aeroporto Internacional de Lisboa" pode ler-se que a "ligação ferroviária de alta velocidade ao sítio do Poceirão permite que esta localização seja competitiva e superior às demais alternativas, pois apresenta ligações muito rápidas aos principais centros populacionais da zona Centro, Centro Norte e Centro Sul de Portugal e, ao mesmo tempo, ligações muito rápidas às províncias de Badajoz e Cáceres, em Espanha". Localizado a 53 quilómetros de Lisboa, entre os concelhos de Palmela e Montijo, o sítio do Poceirão insere-se num área "essencialmente agrícola e florestal", entre os estuários do Tejo e do Sado.Por seu turno, a Naer afirma que a Ota está "amplamente servida por infra-estruturas de acesso rodoviário (A1, A10 e IC2) e ferroviários (Linha do Norte)", fomenta o reforço de eixo Lisboa- Porto, enquanto que uma localização na margem Sul "não permite a ligação ao eixo de alta velocidade Lisboa - Porto" e "penaliza a acessibilidade do eixo Cascais - Sintra, um dos mais importantes em termos populacionais e do turismo nacional".A empresa do novo aeroporto defende também que a localização do novo aeroporto na Ota permite "consolidar uma rede multifuncional de centros urbanos de média dimensão pré-existente", bem com "rentabilizar uma estrutura económica assente em sectores industriais, de logística e serviços, para além do sector agrícola".

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