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A Aldeia da Palhota merece outra atenção

A Aldeia da Palhota merece outra atenção

Escrevo na qualidade de porta-voz de um numeroso grupo de amigos da Palhota, povoação da borda­d’água, pertencente à freguesia de Valada, concelho do Cartaxo.Somos umas boas dezenas de cidadãos cumpridores dos seus deveres e amantes compulsivos da Natureza, mas conscientes, também, dos nossos direitos. Descobrimos há largos anos, nesta típica aldeia avieira da Palhota, o gozo do sossego, o respirar de ares ainda despoluídos, o convívio salutar com os pescadores e com o rio. Aprendemos a respeitar o traçado inconfundível das barracas, que evocam as primitivas palafitas, e que, com a morte dos anteriores proprietários (os homens e mulheres oriundos da Vieira de Leiria e imortalizados por Redol) devem a sua perenidade e autenticidade aos que, vindos de fora, as têm sabido preservar.Airosas, com dois quartos e uma sala no piso superior e um sótão, representam um tipo muito apreciado de arquitectura popular que não pode ser menosprezado. Temos sabido usufruir da sombra retemperadora dos salgueiros.Preenchemos muitas e gostosas horas de lazer na pesca desportiva.Percorremos em esguios saveiros (os tradicionais barcos, com o quarto à proa, a cozinha ao meio, oficina à ré) o Tejo, desfrutando da beleza dos seus recantos e admirando a exuberância e exotismo das suas fauna e flora.Guardamos da Palhota a imagem de um tesouro em vias de abandono pelas entidades tutelares, mas que nós teimamos em revisitar frequentemente.A Palhota que dispõe de condições naturais para se tornar num pólo de atracção turística de primeira grandeza no concelho do Cartaxo-parece condenada a “uma apagada e vil tristeza”, graças ao desleixo, irresponsabilidade e incompetência de sucessivos Executivos camarários. Provas do que dizemos? Passo a citar apenas duas, que parecem aos muitos visitantes deveras eloquentes: a primeira manifesta-se no estado lastimável (diria criminoso) em que se encontra, há muito tempo, o caminho de acesso à aldeia, que se inicia na povoação do Reguengo.Uma sucessão incrível de buracos, que vai provocando danos mecânicos nas viaturas dos muitos que ainda se aventuram a visitar a Palhota.A segunda prova desse notório desleixo reside no escandaloso “trabalho” levado a efeito naquilo a que, eufemisticamente, chamam cais.Uma vergonha!Se o leitor desconfiar da veracidade do que aqui fica registado, nada melhor do que se certificar “in loco”.Mas, cuidado: conduza com redobrada prudência, muito devagarinho ao sair de um buraco e cair noutro, não vá empenar irremediavelmente as jantes do seu carrinho ou ter de pagar a reparação do sistema de suspensão da viatura.Entretanto, a Câmara Municipal do Cartaxo assobia para o lado...Manuel António Pereira
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