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Infidelidades

Os casos de infidelidade continuam a ser muito frequentes nos tribunais. E não somente nos processos de divórcio.O processo mais original de todos que eu tive era de um caso virtual.A situação ocorreu numa empresa têxtil onde praticamente só laboravam senhoras.Havia uma, bonita, mas algo infeliz, porque tinha enviuvado antes de atingir os trinta anos de idade.Não tinha filhos e devia sentir um vazio enorme na sua vida.Até que começou a espalhar entre as colegas que andava a encontrar-se com o marido da Célia, uma outra colega, aproximadamente da mesma idade.Todos os dias, a Ana contava às amigas as aventuras que tinha com o marido da outra. Encontravam-se para tomar café e depois acabavam na casa dela, muito entretidos.Claro que os rumores chegaram aos ouvidos da suposta traída: a Célia.Ela não aguentou mais aquilo e um dia confrontou o marido:- Ouve lá, tu andas a sair com a minha colega Ana?O esposo protestou logo inocência:- Eu? Eu mal conheço essa criatura. Tenho-a visto algumas vezes quando te vou buscar à fábrica. Mais nada.Na manhã seguinte, um pouco antes da hora de entrada, reúnem-se os três.O primeiro a falar foi o suposto marido infiel. Virou-se para a Ana:- Oiça lá, a senhora conhece-me de algum lado?A jovem viúva não confirmou nem desmentiu. Mas tratou-o logo por tu.- Não é a melhor altura para falarmos dessas coisas. Está aqui presente a tua mulher.A Célia já não sabia em quem acreditar.Será que era tudo uma mentira da sua colega que só a queria provocar? Ou haveria mesmo alguma coisa entre eles e o marido andava a armar-se em inocente?Sentiu foi uma enorme raiva.Mas não sabia em quem descarregar a fúria.Se havia de se virar contra o marido infiel ou contra a colega caluniadora.Por uma qualquer razão, optou pelo esposo. Deu-lhe um estalo em plena rua e insultou-o, chamando-o de “fingido”.Ele disse logo à mulher: “termina aqui o nosso casamento”.Ainda estiveram separados algum tempo. O marido foi apresentar queixa contra a própria mulher, por agressão. Tinha uma boa quantidade de testemunhas. Uma delas era a própria Ana, a jovem que despoletara toda aquela situação.Quando chegou o dia do julgamento, já as coisas se tinham modificado.Marido e mulher viviam juntos novamente.A Célia já não estava zangada com o marido. Queria era vingar-se da Ana, que pelos vistos levantara falsos testemunhos, dizendo que era amante do marido dela.O marido disse que retirava a queixa. O julgamento não se realizou. Mas ainda houve uma séria troca de palavras entre o casal e a tal Ana, que se fazia passar por amante.Passou-me pelas mãos também um caso entre pessoas de idade. Um pequeno agricultor estava já pouco apto para satisfazer a mulher. Devia sentir-se muito mal. Meteu na cabeça que o vizinho do lado andava consorciado com a sua esposa.Uma vez apanhou-o a jeito.O suposto traidor estava em cima de uma escada a colher fruta.O preocupado marido foi a casa e trouxe uma caçadeira.Felizmente, a distância era grande. Os chumbos dispersaram-se e apenas alguns atingiram o vizinho, que deu um valente trambolhão. Não sei quais terão sido os ferimentos mais graves. Se os causados pelo disparo se os resultantes da queda.* Juiz

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