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Francisco Louçã responde pela política da presidente da Câmara de Salvaterra de Magos

Francisco Louçã responde pela política da presidente da Câmara de Salvaterra de Magos

Jantar de apoio a Ana Cristina Ribeiro após buscas da Judiciária aos paços do concelho

Num jantar para o qual foram vendidas 460 entradas, criticou-se a oposição e considerou-se que a actuação da Polícia Judiciária foi de “show off”.

O coordenador nacional do Bloco de Esquerda (BE), Francisco Louçã, participou num jantar de apoio à presidente da Câmara de Salvaterra de Magos, onde no dia 7 de Fevereiro inspectores da Polícia Judiciária fizeram uma operação. E mostrou-se disponível para responder pela política de Ana Cristina Ribeiro, considerando que a única presidente de câmara eleita pelo Bloco de Esquerda exerce a "política da justiça” e da “transparência”. Uma posição que contrasta com a que o partido tem assumido na Câmara Lisboa, onde o vereador do BE José Sá Fernandes tem pedido a realização de eleições intercalares após a suspensão dos mandatos do vice-presidente, Fontão de Carvalho (acusado de peculato no caso do pagamento de prémios a administradores da empresa municipal de Urbanismo), e da vereadora do Urbanismo, Gabriela Seara (arguida no caso Bragaparques).No jantar de sexta-feira em Marinhais, para o qual o BE diz ter vendido 460 lugares, Louçã justificou que a ocasião serviu para Ana Cristina Ribeiro “mostrar o que está a ser feito num município pobre, com gente pobre e muitas carências”. O líder bloquista referiu-se à autarca como uma pessoa que "ouve e está próxima das pessoas", que exerce uma política "que olha de cima". "Nós respondemos por ela, pela política da justiça, da transparência. Ela somos nós”, admitiu. Antes, a autarca, num discurso em que limpou as lágrimas algumas vezes, agradeceu a solidariedade demonstrada pelas pessoas. Ana Cristina Ribeiro considerou o jantar como um voto de confiança para continuar com o seu projecto de desenvolvimento do concelho. Acusou os partidos da oposição de estarem a fazer “baixa política” ao aproveitarem as buscas da PJ para a atacarem e pedirem a sua demissão, afirmando que estes estão a aproveitar o que considerou serem “falsas denúncias” para conseguirem “o que não conseguiram nas urnas”. A presidente elogiou ainda a posição do Bloco no processo, salientando que “o mais fácil seria desvincular-se de Salvaterra de Magos”. Concluiu enunciando as suas estratégias para o concelho, que passam pelo turismo, qualificação das pessoas e construção de centros escolares.O deputado municipal e especialista em medicina chinesa, Pedro Choy, foi o primeiro a intervir classificando a acção policial na autarquia de "show off", de "invasão estilo Hollywood", alegando que alguém quebrou o segredo de justiça, pois a comunicação social "sabia de véspera" que se iriam realizar as buscas. E afirmou que “Anita é incorruptível”. Recorde-se que Ana Cristina Ribeiro foi constituída arguida em Julho de 2006 alegadamente por denúncias de que fez licenciamentos com benefício próprio e pela não aplicação de uma coima num processo de uma obra particular que tinha sido alvo de embargo e contra-ordenação. A Judiciária levou no dia 7 de Fevereiro vários documentos da câmara e esteve também em casa da autarca, que cumpre o terceiro mandato (o primeiro eleita pela CDU, com a qual se incompatibilizou), à procura de sinais de riqueza. Ana Cristina Ribeiro reafirmou que a investigação da PJ tem a ver com “queixas anónimas, que têm sido feitas desde 2004". E revelou que há duas semanas dois inspectores da PJ estiveram na câmara “para levar mais um processo". E garantiu que está pronta a assumir todas as suas responsabilidades “sem medo”.
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