Miguel Relvas diz que opção pelo aeroporto na Ota “cheira a esturro”
Deputados do PSD eleitos por Santarém defendem outras alternativas
Os parlamentares compreendem a “perspectiva egoísta” e “legítima” dos autarcas que defendem acerrimamente a solução Ota, mas entendem que essa não é a melhor solução para o país.
O deputado do PSD Miguel Relvas diz que a opção do Governo em construir o novo aeroporto de Lisboa na Ota (Alenquer) “cheira a esturro” e defende uma solução com menos custos financeiros e ambientais. O parlamentar eleito por Santarém está convicto que a construção daquele equipamento na zona do Campo de Tiro de Alcochete ou a manutenção do aeroporto da Portela com o desvio dos voos de low cost para as pistas de Alverca e Montijo serviriam melhor os interesses do país. Uma opinião que vai contra a da maioria dos autarcas da região - incluindo a do presidente da Câmara de Santarém, Moita Flores, eleito pelo PSD - e do líder da associação empresarial Nersant. Numa conferência de imprensa realizada sexta-feira na sede da distrital do PSD, em Santarém, Miguel Relvas, disse compreender a posição dos autarcas da região que defendem acerrimamente a opção Ota. “Todos os autarcas querem uma auto-estrada ou um hospital à porta de casa…”. Mas ressalvou que a ele, enquanto deputado, compete-lhe olhar para o país como um todo. “Não podemos andar a fazer infraestruturas e depois não lhes dar rentabilidade”.“Deixem os técnicos decidir” defendeu o também presidente da Comissão Parlamentar de Obras Públicas e da Assembleia Municipal de Tomar, dizendo que “só levar o TGV à Ota devia levar a pensar duas vezes”. Miguel Relvas considera que a solução Ota “está dependente de lóbis”, que “criou-se a ideia da Ota ou nada” e salienta as opiniões técnicas ultimamente divulgadas que desaconselham a construção do novo aeroporto nesse local. Alega ainda que a opção pelo Campo de Tiro de Alcochete (localizado na freguesia de Samora Correia, Benavente) evitaria a especulação imobiliária, pois os terrenos são do Estado, e serviria igualmente os interesses do distrito de Santarém.A posição dos três deputados do PSD eleitos por Santarém segue a linha oficial do partido no que toca a este processo, embora a distrital “laranja” não tenha posição oficial sobre o assunto. Mas o deputado e líder da distrital de Santarém do PSD, Vasco Cunha, também revela muitas dúvidas quanto à opção Ota. “É evidente que o aeroporto na Ota é muito bem vindo na perspectiva dos autarcas, mas como deputados temos que ganhar um certo distanciamento desses interesses municipais, que são legítimos”, diz o político que é também eleito da Assembleia Municipal do Cartaxo. “De forma egoísta podemos achar que é um projecto incontornável e excelente para a região. Mas devemos também abrir os olhos para a eventualidade de ser um projecto caduco, sem hipóteses de expansão e que tem o seu prazo de vida útil durante 12 ou 15 anos sem que para além disso tenha qualquer outro tipo de utilidade”, argumentou. Vasco Cunha acrescenta que se há necessidade de se decidir em definitivo sobre o assunto, então que se procure encontrar “um amplo consenso nacional”.
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