Fernando Neves Carvalho, 46 anos, é um consumidor compulsivo de jornais, revistas e livros e colecciona recortes de imprensa sobre urbanismo, planea-mento, património e ambiente, entre outros temas. Neto e bisneto de jornalistas, herdou o gosto pela escrita e pela participação cívica. O avô Joaquim Neves de Carvalho foi chefe de redacção e director do Mensageiro do Ribatejo onde, nos anos 30, escreveram Alves Redol, Garcez da Silva e Arquimedes Santos. O bis-avô, também Joaquim, foi co-fundador da Aliança Republicana Socialista em Vila Franca e jornalista de “O Mundo”. O jurista trabalha numa instituição da administração pública em Lisboa para onde se desloca todos os dias. É um ambientalista convicto e evita utilizar o carro. A viagem entre a casa -na zona antiga de Alverca, com vista para o estuário do Tejo- e a estação de comboio é feita a pé. Depois aproveita a viagem de comboio para colocar a leitura em dia. Os livros são a sua grande paixão. Nunca adormece sem ler, pelo menos, durante uma hora. Não pratica desporto regularmente, mas passa pelo ginásio sempre que pode para fazer algum exercício. Veste fato e gravatas clássicos, mas é um homem com sentido de humor e que preza muito as amizades. Faz colecções de selos, postais ilustrados, notas e moedas. Gosta de viajar, de fazer jardinagem e de cozinhar. É um bom garfo e não vai faltar ao encontro dos “Levezinhos” (apelido familiar que não herdou do pai) no dia 19 de Maio. Filho de um comunista, António Levezinho, e de uma testemunha Jeová, Maria Fernanda dos Santos, nunca foi militante do partido nem acompanha a mãe nos cultos religiosos.