Queixas de consumidores sobre actuação de bancos quase duplicam
Dados compilados pela DECO referem-se a 2006
O número de queixas de consumidores, junto da DECO, sobre práticas dos bancos quase duplicou em 2006, relativamente ao ano anterior, atingindo 1.120, entre denúncias, pedidos de mediação e informações sobre como proceder, revelou a associação. O aumento, registado a nível nacional, foi de tal ordem que "os bancos subiram do quinto para o terceiro lugar na lista das entidades reclamadas", disse à agência Lusa uma responsável do gabinete de comunicação da DECO - Associação Portuguesa para a Defesa dos Consumidores.Em 2006, a DECO recebeu 1.120 queixas de consumidores sobre serviços ou práticas de entidades bancárias, enquanto em 2005 esse número tinha sido de 705. Movimentos indevidos na conta, nomeadamente cobrança de despesas de manutenção, e envio de cartões de crédito e/ou débito não solicitados surgem no topo da lista de reclamações dos consumidores.Dificuldades ou demora na resposta a pedidos de serviços, como a obtenção de crédito, o mau funcionamento dos serviços on-line e "call-centers" e problemas com pedidos de transferência de créditos são outros motivos da apresentação de queixas, denúncias ou pedidos de informação.Entre as queixas recebidas a associação diz "não ter situações relacionadas a questão das condições em que foram concedidos créditos pelo BCP aos seus clientes para que adquirissem acções do próprio banco", uma situação abordada pelo jornal Público, que, alegadamente, está a ser objecto de averiguações por parte do Banco de Portugal e da CMVM. "Os maiores bancos, como o Santander-Totta, o Millennium bcp, a Caixa Geral de Depósitos e o BES, são, logicamente, aqueles em relação aos quais há mais queixas", refere a DECO."Tratando-se de denúncias, a DECO dá conhecimento e encaminha o caso para as entidades de supervisão, ou seja o Banco de Portugal e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), ou ainda para a Associação Portuguesa de Bancos (APB) ou o Instituto de Defesa do Consumidor, dependendo da matéria", explicou a responsável da DECO.Quando o pedido é de mediação de um conflito, o departamento jurídico da DECO encarrega-se do caso, mas há situações em que a instituição financeira não aceita a mediação da associação, e aos consumidores resta o aos tribunais ou centros de mediação de conflitos. Noutras situações, o consumidor apenas contactada a DECO para pedir informações sobre como lidar, junto do banco, com uma determinada situação ou a que entidade deve dirigir-se para apresentar uma queixa.
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