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No princípio era o vinho…do Cartaxo

Projectos para defender todo o sector deixando de olhar para o umbigo

Criação de uma Associação de Municípios Portugueses do Vinho e a candidatura a fundos comunitários para a constituição de um Centro de Desenvolvimento Tecnológico e de Dinâmica Rural são alguns dos projectos em que o Cartaxo está empenhado.

Dia 30 de Abril, segunda-feira, é assinada no Cartaxo, no Museu Rural e do Vinho, a escritura de constituição da Associação de Municípios Portugueses do Vinho – AMPV e no mesmo dia, à tarde, tomam posse os primeiros Corpos Sociais. O Presidente da Câmara do Cartaxo, Paulo Caldas, um dos obreiros da Associação diz que o principal objectivo a atingir é o seu reconhecimento como Parceiro Social. “Acredito que vamos conseguir chegar aos cem municípios, estamos a começar com cerca de metade. A partir dessa altura vamos passar a ser ouvidos quando da elaboração de legislação para o sector”. O Município do Cartaxo tem investido na marca “Cartaxo Capital do Vinho” mas não tem descurado uma outra dimensão e daí o empenhamento na constituição da Associação, “que engloba municípios de várias zonas do país”. Paulo Caldas explica esta postura. “Temos que deixar de olhar só para o nosso umbigo. Temos que fazer coisas em conjunto. O Cartaxo já ultrapassou o isolamento inicial e tem dado mostras de estar empenhado numa estratégia mais ampla. Não tivemos problemas em passar o Festival Nacional de Vinhos, que nasceu no nosso concelho, para o CNEMA em Santarém. E de o desenvolver em parceria com outras entidades da região”, explica.A autarquia também está a preparar um projecto para candidatar a fundos comunitários no âmbito do QREN (Quadro de Referência Estratégica Nacional). Trata-se, segundo Paulo Caldas, de um centro de desenvolvimento tecnológico e de dinâmica rural a instalar no concelho mas de âmbito regional. A ideia nasceu após os contactos que têm sido desenvolvidos com outras regiões vitivinícolas da Europa e, nomeadamente de Espanha. “Esse ditado popular que diz que de Espanha nem bom vento nem bom casamento é na linha do discurso do velho do Restelo que desaconselhava a nossa partida para os Descobrimentos. Logroño já passou por este processo. Eles lá já têm este tipo de equipamento. Há muitas vantagens na troca de experiências.”, defende o presidente da câmara.O autarca está convencido que a diversificação de contactos e a defesa integrada do sector do vinho é benéfica para a consolidação da posição do Cartaxo. “Estamos a apostar numa marca que é Cartaxo Capital do Vinho. Trata-se de um projecto de reforço de uma identidade natural. Em qualquer lado quando se fala do Cartaxo associa-se o nome à produção de vinho. Esta marca, que é muito forte, tem eixos estruturantes ligados à cultura, desporto, gastronomia, etc, etc. Toda a troca de experiências e aprendizagens é benéfica. A nossa participação na rede europeia de cidades do vinho, as parcerias com Bordéus e Logroño. São tudo mais-valias para o nosso projecto”.Paulo Caldas recusa a ideia de ser a Câmara Municipal “a puxar sozinha a carroça”. O seu discurso é positivo. “Os produtores de vinho do concelho têm um trabalho de qualidade feito. Apetrecharam-se, investiram, melhoraram substancialmente o produto. Mas há muito ainda a fazer. Pela câmara e por eles. Há muito a melhorar. Há um longo caminho a percorrer para conquistar mercados e afirmar o nosso produto”.A Festa do Vinho é uma das faces visíveis do trabalho do Município do Cartaxo em defesa do sector. “Um dia ouvi o presidente da ViniPortugal defender que todas as festas e eventos em torno da vinha, do vinho e do mundo rural, são positivos. Desde essa altura tenho uma outra visão desta iniciativa que já vai na XIX edição. Em cada certame temos todo o concelho mobilizado em torno do mesmo objectivo que é o da promoção do vinho e de tudo o que lhe está associado. Gastronomia, música popular, colóquios e conferências, actividades económicas. É algo muito importante, E atraímos pessoas de todo o lado”, explica.

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