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“O artista é um mutante e tem que se renovar dentro da sua arte”

Joanna diz que ainda sente calafrios e dores de estômago quando sobe ao palco
Em que consiste o seu novo trabalho “Pintura Intima”? Que linha segue?O trabalho “Pintura Íntima” é uma visitação a um repertório que marcou profundamente minha carreira. Sucessos consagrados foram revestidos de novos timbres e alguns como “Tô fazendo falta” e “Amanhã Talvez” se mantiveram com a roupagem mais pop que adotei de um tempo para cá, algumas regravações de músicas de pessoas que me influenciaram dentro da área do pop,do samba,e do pop rock como:Rita Lee,Adoniran Barbosa,Guilherme Arantes,e uma regravação da música “Pintura Íntima “do grupo Kid Abelha, a qual volto a exercitar uma das coisas que gosto de fazer em shows que é tocar violão. Enfim tem uma linguagem pop romântica aonde também trago a tona algumas composições minhas favoritas.Como vai ser o espectáculo que vai apresentar no Cartaxo? Os temas de maior sucesso vão ser recuperados? Vai interagir com o público?Um espetáculo sem interagir com o público é um show sem emoção, não sei trabalhar assim, gosto do calor, da verve das pessoas cantando junto, me sinto solitária se isso não acontece. Quanto ao espetáculo é claro que não posso descartar os grandes sucessos senão não teria sentido, já que até hoje eles são conhecidos pela maioria dos Portugueses. Como sempre, faço um mistura bem brasileira de ritmos variados, intercalando com algum repertório de músicas portuguesas que escolho a dedo. A Joanna que o público se habituou a ver – de longas madeixas - está diferente, renovada?O artista é um mutante, tem que ser um renovador dentro da sua arte, no seu papel de contemplar e ser contemplado. Gosto das diferenças e das mudanças. Foi um ato de renovação cortar as madeixas e que meu público de pronto, (para meu deleite) aprovou. Na verdade houve também uma mudança interna e isso acaba se refletindo em alguma forma no seu externo.Como é pisar o palco 28 anos depois de se ter estreado? É uma Joanna mais madura e segura de si?Tenho sempre a sensação de que é sempre a primeira vez quando piso num palco. Tenho os mesmos calafrios, dor de estômago e etc...Hoje em dia, depois de alguns anos da minha primeira estréia, me sinto dona do espaço que ocupo,tenho uma intimidade com a magia do palco e é aonde me sinto segura e livre para abrir o meu coração sem pudores ou medos.Não tem receio de não ser reconhecida pela geração mais jovem. Aquela que não acompanhou os românticos sucessos dos anos 80?Não! A música tem o poder de atravessar gerações. Muitas vezes cruzo com pessoas que me dizem: Aprendi a gostar de você e de suas músicas através de meu pai ou minha mãe. Isso me dá muito prazer, saber que a minha poesia faz parte da vida dessa garotada.Qual foi a última vez que esteve em Portugal a cantar. Estava com saudades, como diz um dos seus maiores êxitos?Bem, ano passado estive nos Açores e Alentejo, e ano retrasado Lisboa e Porto, onde resolvemos registrar alguns dos meus maiores sucessos em DVD e CD no Coliseu de Lisboa que deu origem ao trabalho “Joanna ao vivo em Portugal.” Cheguei a disco de prata e fico sempre muito grata e emocionada com a fidelidade do público português com o meu trabalho. Quanto a saudade, sempre estará por perto, não só pelas delícias dessa terra, pelo público sempre carinhoso, mas muito também pelos amigos que fiz. O que lhe agrada mais no público português?Gosto do aconchego, das palavras sinceras, do brilho nos olhos depois de uma canção cantada.A página oficial da Joanna tem fotografias de eventos sociais, ao lado de meninos com cancro. É uma preocupação sua ajudar a comunidade?Sim; não só as crianças, mas, com a terceira idade também. Pretendo futuramente montar uma ONG e um site exclusivamente dedicado a isso. No momento estou me estruturando com calma, pois é um trabalho de muita dedicação e seriedade.Quais os projectos para o futuro quando se aproximam a passos largos os 30 anos de carreira? Gostava de arriscar num género musical diferente?Bem, não sou muito de programações, quem me move é o coração,mas, sou inquieta e obcecada por trabalho, com certeza vou ficar procurando milhões de maneiras para uma renovação. Na verdade não faço um gênero musical sòmente, canto do romântico ao pop, do samba ao rock, isso se mostra em cada projeto que faço. A música “Tô fazendo falta” um dos meus últimos sucessos foi um mega hit, e era uma música totalmente pop, fugindo da esperada balada.O artista deve expressar a sua arte conforme o seu estado de espírito, gravar aquilo que mais lhe convier quando isso lhe for sincero, e não ter nenhum tipo de preconceito com qualquer gênero musical. Acho que a arte transcende a tudo isso. Nota: Devido ao facto de Joanna se encontrar no Brasil esta entrevista foi feita por e-mail. Decidimos respeitar as respostas tal como foram escritas pela cantora para não desvirtuar o seu sentido.

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