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A Caixa Geral de Depósitos

Sou um adepto da regionalização. Não tenho modelos para apresentar nem acho que existam modelos ideais. Contentava-me com a regionalização do país segundo as actuais divisões administrativas. Creio, no entanto, que o país ainda vai demorar muito anos a encontrar o caminho que nos vai levar à regionalização. Conheço o perigo dos governos regionais de que Alberto João Jardim é um bom exemplo. Há formas de caciquismo mais violentos que o fascismo. Em Espanha já se realizaram manifestações com palavras de ordem do género: “no tempo de Franco era mais fácil lutar.” Mas também conheço bem este nosso velho país governado, muitos vezes, ao sabor de interesses inconfessáveis.Os episódios à volta do novo aeroporto da Ota vieram reforçar a minha veia regionalista. O PSD, que deu o primeiro passo para a OTA, agora é contra esta solução porque já não está no poder. Sócrates já prometeu que não volta atrás. E eu confio nele. Mas os principais dirigentes do PSD ainda nos tentam fazer crer que este país tem que ser governado de forma irresponsável, com estudos em cima de estudos, como se Portugal fosse uma Caixa Geral de Depósitos. Não é. E todos sabemos isso. Sabemos mais ainda quando vivemos e trabalhamos fora dos grandes centros e sentimos o peso da interioridade como os mortos sentem o peso do caixão.Segundo notícia do “DN” os dirigentes do PS e PSD de Leiria mandaram as estruturas nacionais às ortigas e reuniram-se para concertarem estratégias e discutirem em conjunto “os grandes projectos nacionais com interesse para a região” entre os quais, como é evidente, se inclui o novo aeroporto. Por cá a situação é de bradar aos céus. O PS distrital está entregue ao Rodrigues e o PSD está tão longe de se sentar à mesa com os dirigentes do PS como nós estamos da lua. Não batas mais no ceguinho, dirão alguns dos nossos leitores mais avisados. Mas será que merecemos políticos tão deprimentes? Ora aí está uma boa pergunta para a qual gostava de ter uma resposta.JAE

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