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Câmara sabe quantas casas estão em perigo no centro histórico mas diz que pouco pode fazer

A degradação do centro histórico de Torres Novas foi discutida na assembleia municipal
Presidente da autarquia diz que têm sido enviadas notificações aos proprietários dos prédios mais degradados.A Câmara de Torres Novas tem em seu poder um relatório sobre todas as habitações degradadas e/ou em risco de ruir existentes no centro histórico da cidade mas não pode intervir no terreno porque as casas são privadas. “As casas têm dono, não podemos lá chegar, entaipá-las e pronto”, disse na segunda-feira o presidente do município, António Rodrigues (PS), no decorrer de uma sessão da assembleia municipal.A questão foi levantada pelo eleito António Gomes, do Bloco de Esquerda. Numa moção apresentada sobre o assunto, salientou o estado de degradação a que chegaram dezenas de habitações localizadas no centro histórico de Torres Novas, lembrando que os “desmoronamentos constantes” constituem um sério perigo para pessoas e bens. “Não sabemos que casa vai cair a seguir e onde”, referiu António Gomes, solicitando ao município que mande a protecção civil municipal fazer uma vistoria detalhada ao edificado na zona.Uma vistoria que, segundo António Rodrigues, já está feita pelos serviços camarários competentes, em conjugação com a protecção civil. “Foi feito um levantamento exaustivo sobre o estado das habitações degradas do centro histórico e conhecemos as situações mais drásticas mas não podemos fazer muito mais que enviar notificações aos proprietários, no sentido de fazerem as necessárias obras”, disse o autarca.António Rodrigues lembrou aos deputados que actualmente pende sob a câmara uma acção judicial exactamente porque há alguns anos a autarquia se substituiu a um proprietário e mandou entaipar um prédio em risco de ruir. “Não podemos correr o risco de ter outras situações idênticas”.Contas aprovadas pela maioria socialistaA conta de gerência de 2006, o ponto principal da ordem de trabalhos, foi aprovada apenas pela maioria socialista, apesar de todas as bancadas considerarem o documento “muito bom” em termos de aparência. Mas o que interessa é o conteúdo, como sublinhou o deputado da CDU António Canais. “Ainda não é desta que votamos a favor, por considerarmos que as contas estão empoladas, nomeadamente no que respeita à rubrica da venda de terrenos, cuja execução se ficou por menos de um por cento do previsto”, disse, a título de exemplo.O PSD, pela voz de António Leal, pegou nos mais de 500 mil euros de prejuízos sofridos pelo Teatro Virgínia e deixou no ar uma pergunta: “Se como aqui diz, a câmara tem um milhão de euros no banco porque persistem as dívidas às juntas de freguesia e aos clubes desportivos?”. O deputado social-democrata, à semelhança do seu colega do Bloco de Esquerda, criticou ainda as opções de investimento do executivo, que preferiu fazer “obras de fachada” em vez de investimentos estruturais como o saneamento de dezenas de lugares do concelho. “Neste concelho há um atraso estrutural nas áreas do ambiente e saneamento”, disse o deputado do BEAntónio Leal lembrou ainda que algumas das obras feitas pela câmara ainda não estão pagas mas a resposta de António Rodrigues não tardou – “prefiro inaugurar obras ainda não pagas que ter que devolver dinheiro à União Europeia por não ter sabido ou não ter tido a capacidade de aproveitá-lo”.

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