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Despesas correntes com muito peso na Câmara da Golegã

Despesas superam receitas e a dívida atinge 2 milhões de euros
As despesas correntes tiveram um peso total de 70 por cento nos gastos efectuados pela Câmara da Golegã em 2006, tendo nesse ano sido afectado apenas 30 por cento do orçamento para investimento. Quanto à dívida da autarquia, o valor global atinge 2 milhões de euros. O presidente da câmara, José Veiga Maltez (PS), mostra-se pouco preocupado com os valores apresentados no ano passado e sublinha que a capacidade de endividamento do município atingiu apenas os 17 por cento. “Quem dera a outras câmaras dizer o mesmo, tendo ainda por cima a noção dos novos investimentos que têm sido feitos na Golegã”. No entanto, o autarca revela menos tranquilidade quanto ao ano que está já a decorrer. “Este ano é gravíssimo”, confessa. Em causa estão as várias obras já a decorrer, como é o caso do Centro de Estágio, e as que estão projectadas para começar em breve como as do cemitério e da extensão de saúde de Azinhaga, ou ainda aquelas que vão entrar em funcionamento, como é o caso da Casa-Museu Carlos Relvas. “Estamos conscientes de que vamos ter que fazer sacrifícios”.Para o único vereador da oposição, Carlos Simões (PSD), a situação das contas é preocupante já que começam por violar um dos princípios de estabilidade impostos pela Lei das Finanças Locais, subindo a despesa corrente aos 70%. Em causa estão os encargos da autarquia com pessoal. O social-democrata defende que “os recursos humanos da câmara municipal devem ser optimizados, o seu funcionamento agilizado, e geridos com rigor e contenção”. Carlos Simões lembra ainda que as câmaras “não são, nem podem funcionar como instituições de acção social” e advoga que a gestão a aplicar deveria ser semelhante à de uma empresa privada. Neste caso, a maioria defende-se com a necessidade de contratar mais pessoal para assegurar alguns serviços municipais, como foi o caso das piscinas e da biblioteca. O vice-presidente Rui Medinas (PS) deixou ainda criticas ao Tribunal de Contas pelas regras apertadas que impõe às autarquias que impedem, por exemplo, a contratação de pessoal para novos equipamentos, quando o próprio “dá o visto para a sua construção”. O vereador Carlos Simões questionou ainda a maioria sobre as operações de factoring, que atingiram 300 mil euros, e das quais nunca foi dado conhecimento nas reuniões de câmara. Apesar do presidente da autarquia poder decidir sozinho este tipo de operações financeiras sem consultar o executivo, José Veiga Maltez comprometeu-se a dar informação no futuro sobre outras iniciativas de cedência de créditos. Depois de apresentar um rol de críticas que incluíram o facto de em várias rubricas de investimento a taxa de execução ser de zero por cento e de considerar que o valor com “as despesas de pessoal é absolutamente descabido”, o vereador do PSD votou contra o documento e deixou o aviso de que estaria vigilante na próxima prestação de contas relativa a 2007.

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