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Os Alémmar estão de volta à música depois de sete anos de “hibernação”

Os Alémmar estão de volta à música depois de sete anos de “hibernação”

O tema de lançamento chama-se “Acreditar” e rima com o sucesso “Deixa-me olhar”

Há sete anos os Alémmar tornaram-se conhecidos com a balada “Deixa-me Olhar”. Algum tempo depois saíram de cena. Agora regressam à rota dos espectáculos. “Acreditar” e “Mar dos Mortais” são dois originais do novo trabalho que recupera temas antigos.

Sete anos depois o clã “Alémmar” volta aos palcos. Como aconteceu o reencontro?Nuno Barroso, vocalista: As coisas aconteceram naturalmente a partir de uma conversa informal que eu e o [Carlos] Lima tivemos. Acho que o regresso partiu um bocado da vontade de fazer música. A partir daqui as coisas começaram a ganhar a estrutura. As pessoas também tiveram vidas profissionais diferentes. Eu continuei na música, mas algumas pessoas estavam a acabar cursos. O Pedro [Nunes] esteve a acabar engenharia, o Samuel [Henriques] também esteve a estudar, o Francisco Velez é professor de música e entretanto integrou a banda…O grupo parou para que muitos terminassem os cursos superiores…Eu estive em Londres a fazer o meu curso. Todas as pessoas estavam a fazer outras coisas. Houve uma altura em que Alémmar vivia exclusivamente de Alémmar. Durante três anos as pessoas eram profissionais daquele projecto. Entretanto o mercado também começou a mudar. Começámos a ter menos espectáculos. Apanhámos uma editora muito complicada. Éramos da MCA e passámos para a Universal. Houve uma fusão internacional que teve repercussões muito graves a nível de espectáculos. Principalmente promocionalmente. O que fez com que a banda deixasse de ter tantos espectáculos e não pudesse manter uma estrutura profissional.A mudança prejudicou a carreira do grupo? A promoção estava a ser trabalhada por uma editora que entretanto acabou. A partir daí tudo passou para as mãos de uma Universal que não conhecia sequer o projecto, que não nos conhecia. E ficaram com o álbum “Viver” em plena divulgação. Tinha canções absolutamente fascinantes. Para mim tinha até canções com mais maturidade que o primeiro álbum. Se não tivesse havido transição provavelmente não teria havido o interregno da banda Alémmar…Não tiveram possibilidade de mudar?Tínhamos um contrato de três anos. Estávamos agarrados contratualmente a eles. Dois anos depois rescindimos amigavelmente. Foram prejudicados…Sim porque vivíamos da música, ou melhor, dos espectáculos, porque os discos dão cada vez menos dinheiro. A Internet e a pirataria são problemas reais da música.Já se depararam com discos do grupo pirateados?Sei de fonte da SPA que Alémmar teve, só em cassetes pirateadas, à volta de cinco ou seis mil. Logo no início. No primeiro disco. Seríamos para aí dupla platina se esses CD fossem contabilizados….Sentem-se uma banda renovada?Completamente. Embora Alémmar tenha uma sonoridade muito específica e coerente. Todos melhoraram como músicos. Todos passaram por experiências musicais o que também nos amadureceu a nível musical. É importante trabalhar com outras pessoas para evoluir. O que é que o público pode esperar desta formação renovada?Um álbum de grandes canções com belas melodias. Para cantar em conjunto nos espectáculos ao vivo. Aliás, Alémmar tem essa característica. Gosta que o pessoal cante, se divirta. Quero dar duas horas de entretenimento em cada espectáculo. Eu próprio me divirto se sentir que as pessoas se estão a divertir. Gosto de utilizar o público como um instrumento. É um autêntico coro que tens ali à tua frente e que podes utilizar. Mas nem sempre está do outro lado aquilo que vocês querem…O truque está em saber analisar o público. É como um toureiro. Entramos numa praça de toiros e temos que perceber como é que o toiro vai reagir e como é que podemos dar espectáculo. O alinhamento já está feito. Mas muitas vezes é repensado antes de entrar em palco. Há uma conversa de camarins. Já tiveram que enfrentar um público particularmente difícil?Nunca tive público adverso. Quando vão para um concerto as pessoas também se querem divertir. Aconteceu entrar em palco, não estar ninguém e começar a aparecer quatro ou cinco mil pessoas. É estranho… Não sei de onde aparecem…Os dois temas inserem-se num conjunto de músicas com novas roupagens?Não é um best-off, mas é uma espécie de rearranjar um best-off de Alémmar. Aproveitámos cinco músicas do primeiro disco, mais cinco do segundo e juntámos dois originais. Mas não tenho grandes ilusões em relação ao mercado da música portuguesa. O facto de nos juntarmos profissionalmente é mais por prazer. Porque músicas que são novidade não passam em rádios nacionais de grande audiência. Dizem no vosso álbum “Acreditar” que “Onde há água há vida”. E onde há trabalho e empenho há normalmente sucesso?Se existir trabalho e se essa criatividade for posta em prática é claro que aparece um produto. A consequência do produto depende do público, não depende de nós. Depende da estrutura. Estamos a pintar o quadro. Se o quadro for bonito obviamente a partir daí tudo se desenvolve. Agora fazer um quadro muito bonito, tipo Picasso, mas para guardar lá em casa e não mostrar a ninguém, assim, provavelmente, o quadro nunca será conhecido…
Os Alémmar estão de volta à música depois de sete anos de “hibernação”

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