Toda a oposição com assento na Assembleia Municipal de Tomar acusou a maioria social-democrata que gere a câmara de não ter qualquer estratégia para o concelho. As acusações surgiram durante a discussão do Relatório de Contas de 2006 que durou cerca de duas horas. PS, BE, CDU e Independentes por Tomar acusam a gestão de António Paiva de estar a falhar em duas áreas consideradas fundamentais para o concelho: turismo e cultura. Socialistas e comunistas defenderam um “novo paradigma de desenvolvimento” para Tomar, que passe por melhorar as acessibilidades à cidade e por uma maior aposta em três vectores: turismo, cultura e competitividade. “Nunca percebemos porque é que Tomar não dialoga, por exemplo, com a Nersant?”, questiona Luís Ferreira. O líder da bancada do PS acrescenta outras incertezas: “Qual é afinal a estratégia? Continuamos com muitas dúvidas”. O PS acusa a actual maioria de só realizar obras nas duas freguesias da cidade, esquecendo as restantes 14 freguesias rurais. No aspecto do turismo e da cultura, Carlos Trincão, o único deputado municipal do Bloco de Esquerda, sublinhou uma estratégia inexistente e conseguiu apoio por parte da bancada da maioria do PSD, com Vítor Gil a defender a realização de um evento mensal, com projecção nacional, admitindo que se “tem investido pouco na área turística e cultural”. Já o movimento Independentes por Tomar acusa o presidente da autarquia de ter realizado várias obras sem que haja eficiência na sua utilização. Os deputados do IpT dão como exemplo o caso do parque de estacionamento da Parqt e o parque de estacionamento do pavilhão municipal.António Paiva reagiu às críticas da oposição com tranquilidade. O presidente da câmara municipal considera que Tomar “está ao nível de qualquer capital de distrito” e lembra que as diversas obras realizadas, caso das piscinas, construção de dois pavilhões e a transformação do estádio municipal, correspondem ao desejo dos munícipes. “Se calhar foi por isso que ganhamos com três maiorias absolutas”, relembra o autarca.