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Já não vale a pena falar da supressão das passagens de nível

Finalmente vejo publicado aquilo que temia. Assumidamente, alguém com responsabilidades deixou cair a construção da variante à estrada 365. Está em O MIRANTE da semana passa, em notícia marginal à grande notícia da travessia da Portela, que a Linha do Norte vai manter o actual traçado e as passagens de nível vão permanecer. Alguém com responsabilidades omitiu durante todo este tempo o que já sabia, iludindo com a propaganda da nova linha os que esperam desesperadamente pela supressão das malfadadas passagens de nível. Volto a afirmar o que já escrevi há alguns meses: a problemática das passagens de nível não é para tratar na dependência da mudança da estação de Santarém para outro local. Que a linha se iria manter para os comboios de mercadorias já há muito se falava, portanto não fazia nem faz sentido adiar a construção da variante à EN 365. Já não volto a referir o que as pessoas de Alcanhões sofrem por causa do actual traçado daquela estrada. Afinal que importância tem, para quem alcança o poder de mandar e decidir, uma pequena povoação de mil e tal habitantes votada ao isolamento e cerceada no seu desenvolvimento? Acho até que não voltarei a escrever para os jornais sobre este assunto. Cansado do tema e completamente desiludido com as entidades que têm a obrigação de resolver os problemas das populações (grandes e pequenas), sem cederem a interesses e grupos de influência, afirmo apenas mais uma vez a indignação de quem diariamente sofre por causa de umas passagens de nível que deviam ter sido eliminadas há uns cinquenta anos ou mais.Invadido pelo sentimento de revolta que esta situação me provoca, e que certamente muitos outros partilharão, fico a pensar que ao longo destes últimos anos houve muitas mentiras e omissões sobre os avanços e recuos do processo de construção da variante. Se, como foi divulgado a determinada altura, havia acordo e financiamento para a obra, o que foi feito deles? Que papel teve a Câmara de Santarém antes (quando não desmentiu a sua parceria num projecto em que se dizia que ia entrar com metade da verba necessária) e que papel teve e tem agora quando aparentemente deixa cair a obra? Pelo menos, expliquem. E, já agora, no novo traçado da linha do norte como vão atravessar a EN 365? Vão fazer mais uma ou duas passagens de nível? Vejam lá, talvez não fique mal de todo!Jaime Cunha

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