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Política de transportes da CP é terceiro mundista

Sou utilizadora do Alfa Pendular entre Santarém e Coimbra. Faço-o apenas uma vez por semana, à segunda-feira, a fim de me deslocar para aulas de mestrado que se iniciam às 8h da manhã e terminam às 18h. Utilizo o comboio AP por ser mais rápido, mais prático e mais acessível para mim que vivo na parte sul do Distrito de Santarém  (Concelho de Coruche -Freguesia de Couço) permitindo-me ida e volta no mesmo dia. Considerando os novos “ajustes” da CP às paragens do Alfa Pendular em Santarém não posso ir no próprio dia pois, o primeiro comboio a chegar a Coimbra, de manhã, é um Inter Cidades que chega às 9h45m a Coimbra-b. Anteriormente o primeiro AP que parava em Santarém permitia-me a chegada a Coimbra por volta da 8h da manhã.À custa de uma campanha, que eu considero discriminatória daqueles que vivem no interior rural do Distrito de Santarém, promove-se uma falsa imagem de modernidade da CP e pomposamente anunciam-se “menos 15 minutos de Lisboa ao Porto”. Eu aceito e respeito que o público-alvo do AP sejam os ditos “empresários” que diariamente se deslocam entre Lisboa e Porto, o que eu não posso aceitar sem reclamar é que o façam subtraindo condições de mobilidade e de desenvolvimento às populações do distrito de Santarém. Se modernização é sinónimo de supressão de paragens do AP então, prova-se que Portugal caminha a passos largos para uma perspectiva “terceiro mundista” em política de transportes públicos.Informações veiculadas pela comunicação social davam conta de que “Santarém, Entroncamento, Pombal e Espinho vão manter dois comboios Alfa Pendular, em cada sentido. Para colmatar a perda de “Pendolinos” nestas estações, a CP vai colocar mais três “Intercidades” em cada sentido.” Acho-me no direito à indignação, e de questionar quando é que a CP vai colocar um comboio IC que substitua o AP, que chegava a Coimbra por volta das 8h da manhã, assumindo honradamente o compromisso de serviço público que tem para com as populações do Distrito de Santarém e dos outros Distritos afectados.Resta acrescentar que esta medida da CP está a ter repercussões gravosas a título pessoal pois vou ter que me deslocar para Coimbra na véspera, com agravados custos financeiros, ou arriscar-me a conduzir o meu automóvel 8 horas num só dia e claudicar face ao cansaço. Estas repercussões sociais e ambientais são completamente negligenciadas pelo poder decisório da CP e da sua falta de estratégia consequente.Liliana Barroso de Sousa

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