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O comboio continua a matar

É chocante a falta de força política das forças vivas do concelho de Vila Franca de Xira para acabarem com a matança dos comboios que passam por dentro das cidades.A gente sabe que o dinheiro é pouco, que nem tudo pode ser feito de um dia para o outro, que os orçamentos são magros para as questões da assistência social, da saúde, das obras, dos monumentos, da limpeza das ruas, etc, etc. Mas quem tem comboios a circularem no seu caminho para casa ou para o emprego, para o jardim onde costuma passear com o namorado ou com os amigos, deve ser protegido por quem tem a obrigação de zelar pela segurança dos cidadãos. Basta lembrarmo-nos dos exemplos das passadeiras para peões nas estradas, nomeadamente dentro das localidades, para percebermos como a falta de passagens áreas em locais onde circulam os comboios é uma falta de respeito pelo cidadão.Ao atravessarmos uma passadeira já quase ninguém espera que os condutores dêem prioridade. É uma regra que já faz lei. E não é difícil encontrar polícias dentro da cidade de Vila Franca de Xira a multarem condutores mais distraídos só porque não repararam no cidadão que se preparava para atravessar a rua. É literalmente uma caça à multa, bem sei, e muitas vezes o condutor nem vê o peão porque está parado no passeio onde circulam outras pessoas que confundem quem vai com atenção à estrada. Mas a meia dúzia de metros dessa passadeira passam comboios a alta velocidade e não há segurança que lhes valha. Não há polícia que vigie a velocidade do comboio, as regras que eles também devem cumprir quando atravessam localidades.Todas as mortes que acontecem nas passagens de nível são inexplicáveis aos olhos do cidadão comum. Porque todos achamos que só não vê um comboio quem é cego. Só se mete debaixo de um comboio quem quer mesmo morrer.Não era necessário assistir ao drama da morte da jovem Marta Russo, de 15 anos de idade, para provar que isso é mentira. Que todos estamos sujeitos a cair no buraco sem fundo que abrimos à frente da nossa porta se não tivermos o cuidado de o tapar a tempo. JAEP.S. Recebemos na redacção várias mensagens de pessoas revoltadas com as mortes que acontecem em Vila Franca de Xira por causa da falta de segurança na travessia da linha de comboio. Não chega escrever a notícia. Seria uma falta de respeito para com os leitores ignorar os telefonemas a pedirem pressão sobre as entidades responsáveis. Apesar de tudo sabemos o que pode valer um comentário ou uma opinião a acompanhar uma notícia tão triste. Por nós seremos os últimos a desistir.

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