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PS de Benavente retira confiança política ao único vereador socialista

António Neves regressou à câmara depois de um ano suspensão de mandato

Socialistas acusam António Neves de pretender a promoção e estimular o compadrio político e garantem que farão oposição à maioria fora da câmara. O vereador, que é técnico superior do município, regressou ao executivo enquanto estuda a reacção às acusações.

Uma mensagem de telemóvel enviada por António Neves a informar de que iria retomar as funções de vereador no dia 14 de Maio apanhou de surpresa a presidente da Comissão Política Concelhia de Benavente que tinha substituído o autarca durante um ano e estava preparada para levar o mandato até ao fim. A comissão convocou o autarca para uma reunião a 4 de Maio, mas António Neves não compareceu. Sem esclarecimentos a comissão resolveu retirar “toda e qualquer confiança” ao autarca que acusa de pretender “promoção pessoal” e de alimentar o “compadrio político”. Segundo a líder socialista, o autarca, que é técnico superior do município de Benavente, tinha informado a concelhia que iria renunciar ao mandato “por considerar existir uma impedimento ético para a acumulação dos cargos de técnico e de eleito da oposição”. Ana Casquinha garante que inflexão do geógrafo, que foi cabeça de lista do PS, contrariou tudo o que tinha acordado com a estrutura local dos socialistas. “O dr. António Neves vem agora dizer que tem informação privilegiada e está em melhores condições para fazer oposição. É no mínimo estranho.” referiu a responsável pelo PS.Numa conferência de imprensa realizada na segunda-feira na sede do PS em Samora Correia, os socialistas divulgaram um comunicado onde recordam que na reunião pública da câmara a 2 de Maio de 2006, António Neves declarou que não tinha condições políticas para exercer o mandato de vereador por ser funcionário municipal. “…a boa prestação técnica obriga a que haja alguma cumplicidade com o executivo, o que não é compatível com o trabalho da oposição”, lê-se na acta. Fernando Santos, membro da comissão política concelhia questiona o que terá influenciado a posição do geógrafo que na campanha eleitoral “estava e continua a estar contra o impedimento ético de funcionários municipais na execução de cargos políticos e executivos”.Recorde-se que António Neves foi cabeça de lista do PS em Outubro de 2005 e tomou posse como vereador. Para evitar incompatibilidade ética foi transferido para a Câmara Municipal do Montijo, de maioria socialista, onde coordenou o gabinete de acompanhamento do PDM e exerceu funções durante cerca de um ano e até Janeiro de 2006. Depois regressou a Benavente e suspendeu o mandato de vereador dando o lugar a Ana Casquinha.O MIRANTE tentou obter esclarecimentos de António Neves, mas o vereador que regressou ao executivo da câmara na segunda-feira, considerou ser inoportuno qualquer comentário e remeteu para mais tarde uma posição sobre os comunicados das estruturas do PS de Samora Correia e de Benavente. A concelhia acusa ainda o autarca de pretender “a promoção pessoal e o compadrio político” e considera que o vereador “não tem condições para exercer o mandato de forma isenta, livre de pressões político-profissionais e em prol das populações”. Ana Casquinha garante que o facto do PS não estar representado no executivo não vai enfraquecer a voz da oposição. “Iremos fazer trabalho político junto das populações e seremos vozes activas na assembleia municipal. O PS continua a ser alternativa à maioria CDU que não tem motivos para descansar”, conclui.

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