Blumen apresentaram primeiro disco em Lisboa
Banda de Almeirim é formada por quatro amigos que não querem levar o projecto muito a sério
Um exíguo quarto de uma vivenda de Almeirim é o local onde os quatro músicos do grupo Blumen ensaiam e onde gravaram o primeiro disco, numa produção caseira que já foi apresentado há duas semanas na loja Fnac do centro comercial Colombo, em Lisboa. Foi o grande passo de um projecto que começou a brincar, é levado a brincar mas faz música a sério. Uma espécie de rock alternativo que a formação, iniciada em 2002, prefere chamar “rock degenerativo”. Não é nada que se pareça com o que anda na berra e a falta de definição de estilo não preocupa os quatro elementos. Bruno Carvalho (guitarra e segunda voz), Zé Pedro (voz e guitarra), Tó Lopes (baixo) e Artur Gil (bateria) dão alma ao projecto Blumen. São autodidactas e começaram a tocar juntos aos 15 anos. “Houve uma altura em que a coisa tinha pernas para andar mas decidimos parar”, diz Zé Pedro. Em 2002 começam novamente a juntar-se e surge a ideia de começarem a fazer uns concertos “para o material não enferrujar”, argumenta Bruno Carvalho, mais conhecido por “Careca”. O objectivo dos Blumen é fazer coisas que lhes soem bem reunindo as influências musicais de cada um. “Preocupamo-nos que os nossos temas não soem com nada”, atalha Bruno. Ou como diz Nuno Ávila, da Rádio Universidade de Coimbra, “a inspiração vem do rock. Por vezes, o baixo atira o som para lados mais funk (…) Os Blumen praticam um rock encorpado”. Para os elementos que o constituem, o grupo só tem futuro enquanto for uma coisa levada pouco a sério. Para gravarem o primeiro CD no quarto onde ensaiam tiveram que pedir microfones emprestados à biblioteca municipal. Durante 2006 os Blumen fizeram vários concertos. Actuaram no Hard Rock Café em Lisboa, por exemplo. A rádio Antena 3 tem divulgado a agenda do grupo. “As coisas estão a tomar proporções assustadoras”, diz a brincar Zé Pedro. “Eles bem tentam levar isto a sério, mas eu não deixo”, interrompe Bruno, 29 anos, já casado e com um filho. Zé Pedro é o mais velho, tem 30 anos e é professor. Tó Lopes é o mais novo com 28 anos e Artur Gil também tem 29 anos. O grupo já está a trabalhar para um segundo CD, para assim, dizem, já poderem fazer um “best of”. Quem escreve as músicas são Zé Pedro e Bruno. Inspiram-se na vida, dizem, no que lêem e nas cabeçadas que dão neste mundo, nas coisas mundanas. Neste momento têm 20 músicas, umas mais pesadas outras mais calmas. Assim podem adaptar-se ao tipo de público consoante os locais onde vão actuar. Já participaram em vários festivais, tendo ganho o prémio de melhor interpretação no 9º Festival Ibérico, em Seia. Divulgam o trabalho sobretudo pela Internet e o facto de ainda não terem um clube de fãs não é coisa que lhes tire o sono. Cantam em inglês porque as palavras soam melhor e preparam-se para mudar para um local de ensaio maior, no sótão da mesma casa.
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