Comunicado evidencia divisão de comunistas sobre Águas de Santarém
Concelhia do PCP contra criação da empresa municipal
A comissão concelhia de Santarém do PCP reiterou em comunicado a sua posição contrária à recente criação da empresa municipal Águas de Santarém, criticando a abertura de 49 % do capital a privados. O teor do comunicado evidencia a divisão existente no seio do partido acerca desse assunto, já que a vereadora comunista na câmara absteve-se e a maior parte da bancada da CDU (coligação liderada pelo PCP) na assembleia municipal votou a favor ou optou pela abstenção quando a criação da empresa foi votada. O que permitiu que o processo fosse por diante.“Na nossa opinião, no caso concreto de Santarém, uma solução construída com base em capitais exclusivamente públicos é possível, viável e por isso desejável. Consideramos que a solução agora adoptada pode vir a ter, a curto ou médio prazo, um preço demasiado elevado para o município, como acontece com outros processos de entrega de capital a privados, de que é exemplo recente a questão surgida com o Cnema”, dizem os comunistas.No mesmo comunicado, os comunistas criticam a gestão de Moita Flores e do PSD à frente da câmara, a quem acusa de “ir lançando granadas de fumo na opinião pública de modo a fazer com que se perceba o menos possível que, para além da propaganda e das festas, é inábil e medíocre”. A posição comunista mereceu resposta do presidente da Câmara de Santarém na reunião do executivo de segunda-feira. Francisco Moita Flores considera o comunicado “anedótico” e diz tratar-se de um “feroz descabelado” do PCP à CDU. Também a assembleia concelhia de militantes do PSD decidiu “repudiar” o teor do documento, acusando a concelhia do PCP de “desrespeito pelas regras democráticas” dentro da CDU, já que a maioria aprovou o projecto. Censurou ainda a concelhia comunista pelo “baixo nível político” ao produzir um “conjunto de acusações e adjectivações desrespeitadoras” contra Moita Flores e o PSD.
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