Em dois anos de vida o Centro Cultural do Município do Cartaxo (CCMC) recebeu 43.869 espectadores, para um total de 357 eventos de teatro, cinema, música, exposições e workshops. Até 30 de Maio deste ano 10.535 pessoas passaram pela sala de espectáculos. O balanço é considerado muito positivo pelos responsáveis da programação do CCMC e pelo município, que ali investiu mais de 2,5 milhões de euros. Em conferência de imprensa realizada quinta-feira, o consultor artístico do CCMC referiu que uma das grandes vitórias foi a manutenção do número de espectadores, com apenas uma quebra de 700 pessoas no segundo ano de vida. Os recintos novos costumam registar uma diminuição acentuada no segundo ano de vida após o impacto do lançamento explicou o responsável.De entre as 22 salas de espectáculos municipais da Região de Lisboa e Vale do Tejo que aderiram à Artemrede, o CCMC foi o que registou maior número médio de espectadores e também o que gerou maior receita de bilheteira. Um dado destacado por todos e que permite que o centro possa negociar a vinda de espectáculos sem despender grande recursos. “Com uma sala com 334 lugares de capacidade, basta que 300 pessoas apareçam num espectáculo e a bilheteira consegue pagar grande parte do cachet de uma companhia ou artista. Cabendo o restante ao centro cultural”, exemplificou Pedro Mendonça. O custo anual do CCMC é de cerca de 170 mil euros, dos quais 30 mil para a programação cultural.A realização de diversos espectáculos de colectividades do concelho, a apresentação de algumas ante-estreias nacionais e as parcerias em co-produções são mais valias da programação conseguida, a par da novidade da ópera pela primeira vez no Cartaxo a cargo da Orquestra Metropolitana de Lisboa (OML).Se o público mais velho parece aderir com facilidade às propostas do CCMC, os jovens entre os 13 e os 20 anos andam mais arredios das propostas culturais. O decréscimo de espectadores de cinema por todo o país e a concorrência das salas das grandes superfícies comerciais é uma das justificações. Pedro Mendonça entende que há que ir ao encontro dos jovens nas escolas e sensibilizar professores para chamar mais juventude. O gestor do CCMC, Marco Guerra, acrescentou como factor positivo a música apresentada aos primeiros sábados de cada mês no bar do centro cultural como mais uma oferta para o público que aprecia novas sonoridades.Maior promoção dos artistas da terra, de autores nacionais e internacionais, workshops em diversas áreas e vídeo-DJaying (imagens e música) são algumas das acções em perspectiva para mais uma temporada. O regresso da OML e dos Pequenos Violinos, uma peça para adolescentes (D. Quixote, pelo Chapitô), bem como espectáculos do Teatro Nacional D. Maria II, Teatro da Trindade e Meridional terão presença garantida no Cartaxo. Para o vereador com o pelouro da Cultura, Francisco Casimiro (PS), existem dois aspectos a salientar. A fidelidade do público que frequenta o Centro Cultural, que tem tido o mérito de apresentar espectáculos que estreiam logo a seguir a Lisboa, e a ligação ao projecto educativo com a ligação das actividades escolares e extra-escolares ao novo equipamento.