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Centro de incineração de resíduos hospitalares perigosos vai para o Eco Parque do Relvão

Equipamento a instalar pelo Governo deverá servir para crematório de animais
O Ministério da Saúde vai construir no Eco Parque do Relvão, na Chamusca, o futuro centro de incineração de resíduos hospitalares perigosos a nível nacional. O único actualmente existente em Portugal, instalado no Hospital Júlio de Matos, em Lisboa, vai ser desactivado. O anúncio foi feito na terça-feira pelo ministro do Ambiente, Nunes Correia, à margem da cerimónia de lançamento da primeira pedra dos dois Centros Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos Perigosos (CIRVER’S) no concelho.As negociações começaram há cerca de dois meses, entre a Câmara da Chamusca e o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH), entidade que gere financeiramente os projectos e as infraestruturas nacionais na área da saúde. E culminaram esta semana. “Ligaram-me ontem (segunda-feira) a perguntar se havia disponibilidade para que o ministro do Ambiente anunciasse publicamente o projecto. É óbvio que lhes respondi que da nossa parte não havia qualquer inconveniente”, confirma a O MIRANTE o presidente da câmara, Sérgio Carrinho (CDU).O autarca adianta que está também em fase última de negociação a integração, neste centro de incineração, de uma linha específica para “prestação de serviços ao nível das autarquias”. O que se pretende é que com a construção desta incineradora possa acabar os problemas que as câmaras têm quando precisam de abater animais. “A ideia é que as autarquias passem a cremar os seus animais neste centro”, referiu Sérgio Carrinho.Eco Parque “chama” novos investimentos públicosNa cerimónia do lançamento da primeira pedra dos CIRVER o ministro do Ambiente afirmou ainda estar convicto de que, com o arranque do Eco Parque, o Governo irá considerar prioritários outros investimentos públicos na região, particularmente ao nível das acessibilidades. Uma reivindicação já feita pelos consórcios que irão investir milhões de euros na freguesia da Carregueira. Jorge Quintas, responsável do CIRVER Ecodeal, afirmou que os projectos dos centros só serão rentáveis e catalizadores do desenvolvimento local, regional e nacional se forem cumpridas pelo Governo algumas premissas. Como considerar o investimento elegível no âmbito do QREN, proibir a exportação de resíduos perigosos após Maio de 2008, data prevista para o arranque do funcionamento dos CIRVER, e eleger como prioridade as acessibilidades ao local.Antes, na sua intervenção, o presidente da Câmara da Chamusca tinha já solicitado que o Governo acelerasse a construção do IC3, particularmente o troço entre a futura ponte da Chamusca e a ligação à A23. “Estamos apenas à espera dessa concretização para lançar uma nova via que fará uma ligação directa ao Eco Parque”, referiu Sérgio Carrinho (CDU), adiantando: “Não queremos mais privilégios que os outros concelhos, queremos apenas ser tratados de igual modo”. Visivelmente emocionado, o autarca agradeceu ao povo da Carregueira e a todas as forças políticas do concelho o empenho, a convicção e a disponibilidade que demonstraram neste processo. Considerando os CIRVER como a “âncora” do Eco Parque e o motor do seu desenvolvimento futuro, o ministro do Ambiente disse ainda que os CIRVER irão fazer o pré-tratamento dos resíduos perigosos susceptíveis de incineração. Uma informação que já tinha sido avançada por O MIRANTE. Na edição de 17 de Janeiro o nosso jornal referia que todos os resíduos perigosos do país vão ser canalizados para os dois CIRVER, adiantando que os que, não podendo ser tratados, tenham de vir a ser co-incinerados. A notícia foi então baseada numa entrevista que o ministro do Ambiente tinha dado em Dezembro à revista LVT, propriedade da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo. “O concelho da Chamusca soube agarrar a oportunidade do seu desenvolvimento futuro através da diferenciação competitiva. Contarão com o Governo para fazer deste um caso exemplar a nível nacional”, salientou na terça-feira Nunes Correia.

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