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Presidente da Nersant lamenta que associações não se empenhem na competitividade das empresas

O presidente da Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant) lamenta que as associações nacionais não se empenhem num verdadeiro modelo de competitividade para as empresas portuguesas, preocupando-se mais "com os estudos do Poceirão, como fez a CIP". José Eduardo Carvalho disse à agência Lusa que se as associações nacionais se concentrassem em áreas como a inovação, o desenvolvimento tecnológico, o empreendedorismo, a cooperação empresarial e a internacionalização haveria "uma mudança brutal" na economia portuguesa.Frisando que, ao contrário do que acontece noutros países, em que as empresas têm dimensão e meios para a inovação, as pequenas e médias empresas portuguesas não têm e precisam da cooperação empresarial para não morrerem. José Eduardo Carvalho explicou a crítica pública que fez recentemente à CIP com a preocupação pelas "debilidades" que a estrutura empresarial portuguesa revela, sublinhando que nos últimos dois anos fecharam 50.000 empresas.No seu entender, as associações empresariais deveriam estar a dedicar muito do seu trabalho de reflexão e esforço a áreas em que elas próprias apresentam "deficit de preparação, know-how e quadros técnicos". "Mais do que promover feirinhas ou missõeszitas empresariais, (as associações) deveriam estar a avançar com projectos ambiciosos", afirmou.Para o presidente da Nersant, as associações deveriam estar a "intermediar e interpretar as necessidades do tecido empresarial" e encontrar "formas e instrumentos para incrementar o modelo de competitividade que consensualmente o país acredita que é o caminho a seguir". No caso da Nersant, ao verificar a mudança do paradigma da competitividade da economia nacional, no sentido da especialização e padronização económica, considerou ser "altura para aproveitar os derradeiros fundos estruturais" para acções nas áreas da inovação, investigação e desenvolvimento tecnológico, empreendedorismo e cooperação empresarial e internacionalização, disse.A partir de um estudo realizado pelo ex-ministro da Indústria Mira Amaral, a Nersant definiu uma estratégia de intervenção a sete anos centrada nesses quatro objectivos estratégicos, acrescentou. José Eduardo Carvalho lamentou ainda que o próximo quadro comunitário não dê grande ênfase às fusões e aquisições, fundamentais para as empresas nacionais ganharem dimensão."Muitos planos estratégicos preocupam-se com grandes cenários, mas as questões micro, de definir estratégias para a competitividade das empresas, é um trabalho que não parece estar a ser feito", frisou, ressalvando algumas iniciativas meritórias, como a campanha de promoção do consumo de produtos portugueses desenvolvida pela associação empresarial do Porto. O presidente da Nersant lamentou ainda a "falta de sensibilidade" do tecido empresarial para os desafios que se colocam, prevendo dificuldade em encontrar, na região, 115 empresários disponíveis para frequentar os cursos de gestão da inovação que a associação vai promover.

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