Desenganem-se os que pensam que a CP vai alterar os horários que entraram em vigor em Abril. Só quem viver em Marte é que pode acreditar nisso. A CP nunca se importou com os passageiros que utilizam o comboio para ir trabalhar e cada vez se importa menos. Segundo informação disponibilizada pela empresa apenas são vendidos mensalmente setecentos e tal passes entre Entroncamento e Lisboa. Alguém acredita que uma empresa que abandonou a ideia de prestar serviço público há anos limitando-se agora a tentar apenas ter lucro (ou menos prejuízos) se interessa por tão poucos passageiros?A regra vai continuar a ser a de acabar com comboios que não sejam rentáveis. E enquanto houver milhares de militares, funcionários judiciais, empregados da CP e familiares a viajar a preços reduzidos ou à borla essa regra não se vai alterar. O que custa ver é a inércia do Governo face a esta situação. Os políticos gostam muito de falar em transportes alternativos mas sempre desprezaram o comboio. Só com o apoio do Estado é possível a uma empresa prestar serviço público de qualidade. Resta saber se isso interessa à economia nacional. Pelos vistos não interessa. Quem não quiser ver que abra os olhos.Senhores das Comissões de utentes, esqueçam os comboios. O lóbi do comércio automóvel é incomparavelmente mais poderoso que o dos passageiros da CP que utilizam passes. Já perceberam como funcionam as lei do mercado, ou querem meter explicador? Mafalda Maria Arnett Santos Costa