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Menina que se despe começa a ser presença habitual nas concentrações

“Mentes Perigosas” reúnem 860 participantes de todo o país em Castanheira

As motos são o elo de ligação que os aproxima. São de todo o país e a maioria já se conhece porque as concentrações multiplicam-se. São poucas as que dispensam o Striap Tease

O seu olhar é distante. Tem cabelo farto e barba rala. Veste o tradicional colete de cabedal preto cravado de emblemas das concentrações por onde passou. As pulseiras de entrada dos eventos são visíveis numa fita que percorre o ombro direito e o cinto das calças. Na mão, não falta o copo de plástico cheio de cerveja. José Alves, mais conhecido por Zé de Alverca, tem 38 anos, 20 dos quais como motard. É um dos 860 participantes que vieram de todo o país à 4ª Concentração do Grupo Motard Mentes Perigosas, em Castanheira do Ribatejo. O momento alto da noite de sábado aconteceu por intermédio de Kamila, 26 anos, stripper brasileira que aqueceu o ambiente com um reportório musical a condizer. Morena, cabelos pretos compridos, a profissional do striap-tease transbordou sensualidade em palco. Fez dois shows. O primeiro serviu para criar expectativa. Não despiu o sutiã e a cuequinha. No segundo tirou tudo. Foi a loucura total entre os motards. Kamila, nome artístico, gosta de dançar e faz o seu espectáculo, quer as pessoas o apreciem ou não. Anda no strip por gosto e pelo dinheiro. Os 11 minutos que esteve em palco renderam-lhe 200 euros.O show é interessante, mas não é apenas isso que move José Alves e os seus amigos. As emoções oferecidas pelas motos são variadas e nem todos têm o mesmo espírito. O motard de Alverca pertence à velha guarda e confessa que integrou, há alguns anos, a fase de iniciação nos Hells Angels. “Estive quatro anos como Cruzado, fase que antecede o Hang Around, que não cheguei a cumprir”. Posteriormente viria a entrada nos Hells Angels. Desistiu ainda na fase de iniciação porque se encontrava num ambiente extremamente pesado. Quis juntar-se ao grupo pelo ideal das motas. Afirma que ser motard é viver a vida. É saber apreciar o espaço e desfrutar das sensações que o rodeia enquanto está na estrada. “Não quis, por isso, ficar agarrado ao estilo de viver à margem da lei”. José Alves encontra-se actualmente filiado no Moto Clube de Alverca. Veio à concentração com uma Honda CB 7,5. Deixou o ferro - Kawasaki 545 – em casa. Não muito distante, encontra-se Jorge Sousa, de cognome O Diabo. Apresenta-se com uma cabeleira com chifres vermelhos. Está rodeado de amigos à volta de uma mesa. É do Moto Clube Cães do Asfalto. Tem 53 anos e transborda boa disposição. Veste um colete creme repleto de insígnias e pins de grupos motard. Nota-se que é já um veterano nestas andanças. A caneca de cerveja está também presente. Veio montado numa YZF Yamaha R6.Numa outra mesa encontra-se Catarina Silva, 23 anos. Está sentada numa cadeira com dois capacetes na mão. É frequentadora assídua das concentrações motard. Não dispensa o tradicional blusão de cabedal. Vive no Sobralinho e veio com o namorado.No exterior do pavilhão da CONFAGRI presenciava-se motas para todos os gostos. Desde as tradicionais motos de pista: Yamaha, Honda, Kawasaki ou Suzuki, entre os 50 cc e os 1800cc; até aos ferros - motos sem carenagens de plástico - Harley Davidson, Virago e Honda Goldwing, entre outras. A 4ª concentração motard decorreu de sexta-feira a domingo nas antigas instalações da estação fruteira de Castanheira do Ribatejo (CONFAGRI). Segundo o vice-presidente do Grupo Motard Mentes Perigosas, Bruno Paredes, foram disponibilizados 2800 litros de cerveja ao longo dos três dias. Aquele responsável destacou a localização do evento, que decorreu num sítio isolado da população e sem incidentes de maior. “Ficou demonstrado que o motard não é feio, porco, mau e desordeiro. O espírito motard representa solidariedade e amizade”. Salientou ainda o banco de ensaios para motas, onde foram efectuados testes de velocidade e de “cavalagem”. O jogo tradicional denominado por “prova dos lentos” foi outra das atracções: Duas motas paralelas efectuam um pequeno percurso. Ganha quem chegar em último. “Além dos concertos das bandas, fala-se de mulheres e motas. Sempre com um copo de cerveja na mão”, simplificou Bruno Paredes, que veio montado numa Honda CBR 900 RR. Da presença dos Hells Angels é que não houve sinais

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