O Governo vai gastar oito milhões de euros a equipar as juntas de freguesia com equipamentos para combate de primeira intervenção contra incêndios florestais, indica um protocolo assinado esta terça-feira com a Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE). O acordo enquadra-se no "Plano Nacional de Defesa da Floresta" contra os incêndios florestais e "prevê o reforço da protecção colectiva local".O material a ser distribuído por cada uma das freguesias que se candidatarem inclui um tanque de água ligado por uma moto-bomba, dois conjuntos de mangueiras, depósitos suplementares para aditivos de substâncias químicas (caldas retardantes) além de agulhetas e bocais de ligação - para acoplar outros materiais de combate. Este equipamento destina-se a primeira intervenção.Para uma fase de contenção, por forma a circunscrever um fogo, vão ser financiados moto-roçadoras, motoserras, ancinhos, pás, enxadas e foices para corte dos tojos e ervas, por forma a deixar áreas limpas e roçadas de matos. Dos oito milhões de euros incluindo no protocolo, quatro milhões provêm do Ministério da Agricultura (MADRP), através do Fundo Florestal Permanente, e os restantes quatro milhões do Ministério da Administração Interna (MAI).Os critérios para a atribuição destes equipamentos, no valor de 8 mil euros para cada freguesia, são a densidade florestal e a distância entre a junta de freguesia e da respectiva sede de concelho. Fonte do Governo contactada pela Lusa assegurou que as áreas de principal distribuição dos equipamentos, conforme os critérios de escolha, será a norte do rio Tejo e toda a faixa interior.O protocolo apenas abrange o financiamento do equipamento, ficando as freguesias responsáveis pelos veículos de transporte (carrinhas de tracção integral e tractores) e o pessoal para as operações. O protocolo assinado, entre o MAI, o MADRP, a Direcção-Geral das Autarquias Locais e a Associação Nacional de Freguesias, cessa a 31 de Dezembro de 2008 e desde já as freguesias podem candidatar-se à atribuição dos meios.Contactado pela Lusa, o presidente da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE), Armando Vieira, considerou este protocolo como "uma medida muito importante" uma vez que equipa as freguesias com material essencial para um primeiro ataque aos fogos. Reconheceu, no entanto, que o pessoal contratado pelas juntas de freguesia "não teve formação" para estas acções.Armando Vieira referiu por outro lado que grande parte das juntas de freguesia não possui pessoal ou meios necessários para concorrer a estes equipamentos, uma vez que são compostos apenas pelos órgãos executivos eleitos. Em Portugal continental existem 4.050 freguesias.