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No dia em que o Hospital desceu ao rio

Sophia de Mello Breyner Andresen (1919- 2004), no seu dever de incomodar consciências, para além de nos deixar o Miguel Sousa Tavares, deixou-nos estes versos: “Nunca choraremos bastante quando vemos/Que quem ousa lutar é destruído/Por troças por insídias por venenos/E por outras maneiras que sabemos”.Quis Deus e o destino e até S. Pedro lá dos céus ajudou. Sobre aquela “espécie de mar de Abrantes”, quando ia a inaugurar, uma forte chuvada descarregou toda a indignação que ecoou dos céus. Não havia outra volta a dar-lhe! Nem o semblante carregado do Presidente da Câmara, lhe deixou ver o óbvio. Foi apanhado em contra mão. O lugar dele ( ele que até há dias atrás tinha dado uma conferência de imprensa, insurgindo-se ou fazendo crer-nos nisso…), agora seguia reverente o primeiro-ministro, quando naquele precioso momento, o lugar dele era ter-se colocado à frente do seu povo. E bem diante do Engº Sócrates, dizer: “ Este povo que é meu e é seu, clama por aquilo que lhe querem tirar: justiça e saúde! É nos grandes momentos de apuro e de contrariedade, que se reconhecem e se afirmam os verdadeiros líderes.Abrantes tinha umas “t-shirts” encharcadas com a chuva e com as lágrimas de uma revolta que nos vai cá dentro da alma. Até os astros estiveram com Abrantes! Na inauguração do projecto só referem os 10 milhões de euros, quando ao todo, o Aquapolis já custou 20 milhões de euros! Fora as derrapagens nos gastos, que só mais tarde saberemos…Um bar, um restaurante, uma pizzaria e agora ( apenas o anúncio!...), um hotel de quatro estrelas foi quanto a obra “apadrinhada” pelo então ministro do Ambiente José Sócrates em 1999 rendeu ao concelho de Abrantes.Descontemos a retirada do Tribunal do Trabalho para Tomar e parte do Cível para a Ponde de Sôr, mais as últimas valências médicas que se aprestam a seguir o caminho de outras, até Torres Novas e Tomar e apure-se o verdadeiro resultado. Numa coisa Abrantes foi pioneira: foi a cobaia no país pobre que ergue as patéticas bandeiras da Ota e do TGV e do esbanjamento!João Baptista Pico

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