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Torricado à moda antiga recriado em Samora Correia

Torricado à moda antiga recriado em Samora Correia

Um grupo de mulheres preparou um torricado à moda da lezíria em plena Praça da República. A Cocaria ou Fato era uma prática quando o bacalhau era comida de pobre.

Segunda-feira, hora do jantar. No centro da Praça da República, em Samora Correia, um grupo de mulheres de outros tempos, prepara um torricado à moda antiga. A preparação da refeição no campo tinha o nome de Cocaria ou fato e era feita pelas mulheres enquanto os homens trabalhavam na terra ou geriam o rancho.A terra protege a calçada portuguesa no espaço onde ardem quatro pedaços de lenha de sobreiro para criar as brasas. Uma das mulheres, Lita, corta o pão- tipo caseiro e retirado de um saco de pano- ao meio. As metades são colocadas junto do lume para torrar devagarinho e à medida que as postas altas e brancas de bacalhau vão assando. O Festival de Gastronomia da Lezíria Ribatejana é invadido por um fumo intenso que arde os olhos. O cheiro a bacalhau assado espalha-se no largo. Luís, oferece-se para ir a casa buscar o azeite. “É do bom. É caseiro. É melhor que este da garrafa”. Meia hora depois, e após ser virado várias vezes, o bacalhau está no ponto. O pão é regado com muito azeite e alguns convidados começam a provar o torricado. “Não tem nada a ver. É muito melhor”, confessa um dos apreciadores.Marianita, Teodora, Maria Albertina, Teodora, Lita, Paula Pirico e Carlos Talaia lembram o tempo em que o torricado de bacalhau era comida de pobre. “Como o pão untado em azeite enche muito dava para aguentarem muitas horas sem comer”, explicam. “Hoje é caro e não se pode comprar”, acrescenta um dos homens que segue a cocaria.A demonstração da forma como se fazia o torricado no meio da lezíria é uma das inovações do Festival de Gastronomia da Lezíria Ribatejana que decorre até domingo, 15 de Julho, e está quase a completar 20 anos. A novidade justifica a presença da recém criada Confraria do Torricado de Bacalhau, formada por apreciadores do prato típico com vontade de o preservar.O I Festival do Arroz Doce, os almoços regionais e o Bolsin Taurino são alguns dos novos atractivos do certame que privilegia os pratos típicos da lezíria ribatejana. Enguias fritas com arroz de feijoca, carne do alguidar frita e os grelhados de carnes bravas são algumas das sugestões do cardápio.No domingo, 15 de Julho, no Palácio do Infantado. Será servido um cozido de carnes bravas do Ribatejo. A refeição completa custa 20 euros e podem participar todos os que se inscreverem atempadamente.A animação do festival é feita com folclore, música popular e projecção de vídeos de tradições ribatejanas em ecrã gigante. A festa brava está em força com o I Bolsin Taurino de Samora Correia (ver texto nesta edição).
Torricado à moda antiga recriado em Samora Correia

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