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Rogério Matias defende continuidade do futebol sénior no Alhandra Sporting Club

Rogério Matias defende continuidade do futebol sénior no Alhandra Sporting Club

Internacional português reage à suspensão por dois anos ditada pelas dificuldades financeiras

Cinco vezes internacional pela equipa das quinas, Rogério Matias sustenta que a edilidade de Vila Franca deve dotar o Alhandra SC com os mesmos apoios que o FC Alverca e o União Desportiva Vilafranquense, para que os três clubes do concelho tenham iguais oportunidades de crescimento.

O internacional português, Rogério Matias, lamenta que o Alhandra Sporting Club avance com a suspensão do futebol sénior a partir da próxima época e por um período de dois anos, para apostar apenas nas camadas de formação, já em curso para a temporada de 2007/2008. “É com muita tristeza que oiço isso, porque o Alhandra deu muitos jogadores aos grandes clubes de Lisboa, casos do Sérgio Saraiva e do Padinha para o Sporting; e do Xana para o Benfica, entre outros”, refere o futebolista natural de Vila Franca, que cresceu e viveu no Sobralinho. O jogador de 32 anos, actualmente a residir em Guimarães, acredita que a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira pode ter um importante papel a desempenhar na difícil situação que o clube atravessa. “O Alhandra sempre foi o parente pobre do concelho. O Futebol Clube de Alverca e o União Desportiva Vilafranquense sempre tiveram mais apoios do que o Alhandra. Acho que está na hora dos três clubes ficarem com as mesmas condições e de terem os mesmos meios para crescerem”. Rogério Matias defende que o Alhandra “deve de apostar na formação”, mas com “uma equipa sénior no activo para ir subindo de divisões”. Espera também que “o velhinho Campo da Hortinha seja substituído por um novo recinto desportivo com melhores condições para a prática do desporto rei”. Acrescenta que essas metas só serão possíveis de alcançar desde que exista um efectivo apoio camarário.Revelando-se humilde e discernido, Rogério Matias é considerado um jogador que trabalha para a equipa. Joga preferencialmente a defesa esquerdo, fazendo também as vezes de central. Natural de Vila Franca de Xira, Rogério Matias nasceu para o futebol no Sobralinho, localidade onde viveu e cresceu. Em época de defeso, regressou com O MIRANTE ao sítio onde tudo começou. Sentado num banco, no jardim da Torre do Relógio, as lembranças vão para a infância feliz e para as brincadeiras que teve com os seus amigos em criança. A poucos metros do jardim dista a casa com as paredes cor-de-rosa onde Rogério Matias viveu.Após breves palavras, o seu olhar é desviado para a torre, ao que exclama: “Está ali um sinal a dizer proibido jogar à bola, que há uns anos não existia!”. As recordações prosseguem: “O jardim era de terra batida. Era dos poucos sítios onde se podia jogar, mas tínhamos que ter cuidado com a estrada, porque muitas vezes os camiões passavam e as bolas furavam. Em outras ocasiões, ainda chegámos a partir alguns candeeiros no jardim”, refere o futebolista, que aos nove anos se iniciou no Alhandra, emblema que representou no escalão de infantis. “É um clube que guardo com muito carinho no coração e onde conheci muito boas pessoas”, acrescenta Rogério Matias. Um torneio ao serviço da Selecção de Lisboa abriu-lhe as portas a dois grandes, por ter sido o melhor jogador da competição. Entre o interesse do Sporting e do Benfica, optou pelo emblema da águia, o seu clube de eleição. Representou os encarnados, dos iniciados aos juniores. Foi campeão nacional de iniciados e bicampeão de juvenis. Em juniores, o melhor que conseguiu foi um 2º lugar. Jogou também na Selecção Nacional de Sub-18. A transição para sénior revelou-se difícil. Uma lesão grave num joelho impediu-o, em 1993, de representar Portugal no então Europeu de Sub-18, em Inglaterra. Deu, no entanto, a volta por cima e voltou a jogar ao nível a que estava habituado. Foi primeiramente para o Fafe. Seguiu-se o Amora, clube que trocou pela Académica de Coimbra no fim da época. A mesma lesão, mas no outro joelho, fez Rogério Matias voltar à estaca zero. Após representar o União de Coimbra, teve uma ascensão fulgurante. Jogou no Maia, na Divisão de Honra, e no final da época foi vendido para o Campomaiorense. No ano de estreia na Primeira Divisão, disputou e perdeu, contra o Beira Mar, a final da Taça de Portugal. Cumpria-se a época de 1998/99. Esteve mais um ano em Campo Maior e na temporada seguinte foi para o Vitória de Guimarães, clube que representou por seis épocas. A descida de divisão em 2005/06, fez Rogério Matias repensar a sua carreira. Foi para a Bélgica, tendo representado esta temporada o Standard de Liège, onde conquistou o terceiro lugar na Jupiler League. Saiu do clube e sobre o futuro pouco adianta. Afirma apenas que está em negociações com vários emblemas. Levantou um pouco a ponta do véu, admitindo que possivelmente vai outra vez voltar a jogar no estrangeiro.Jogador de Selecção NacionalA carreira de Rogério Matias foi conquistada com um misto de perseverança e talento. Do seu palmarés constam onze convocatórias para a Selecção “AA”, tendo entrado em campo em cinco jogos. Debutou com uma vitória num particular ante a Macedónia. O desafio foi disputado na Suíça, a 2 de Abril de 2003. Luiz Felipe Scolari era o treinador e Luís Figo assinou o único tento da partida. “Durante a estreia, senti aquele nervoso miudinho por estar ao pé de tantos craques, muitos deles futebolistas de gabarito mundial. Eram jogadores que me habituei a ver a actuar na Liga dos Campeões e em campeonatos do Mundo e da Europa, mas de repente eu estava lá ao lado deles. Foi uma alegria enorme”, refere o futebolista, que acrescenta: “Foi também um grande prestígio para o concelho de Vila Franca de Xira, por isso, espero que muitos outros possam lá chegar, para não ser só eu o único”.
Rogério Matias defende continuidade do futebol sénior no Alhandra Sporting Club

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