Cumpre-me saudar o alargado espectro informativo/noticioso de O MIRANTE, que nunca se deixou pautar pelo "politicamente correcto". Não posso, consequentemente, deixar de vos felicitar pela memorável entrevista publicada na edição de 4 de Julho, que o senhor Fernando Palha concedeu ao vosso atento e arguto jornalista, Nelson Silva Lopes. Aquele trabalho– para os muitos que, como eu, não conhecem o entrevistado – teve, quando menos, um inegável mérito: dar a conhecer, a gregos e a troianos, que a proclamada petulância latifundiária não floresce nas provectas e legítimas casas de lavoura ribatejanas.Olhando o lavrador em causa, dir-se-ia que, na própria tipicidade do seu trajar, habitaria todo um egotismo alheio às dores e penares alheios. Na frontalidade das suas respostas às avisadas questões formuladas, revelou-se, afinal, um cidadão carnalmente preocupado com os mais desfavorecidos e militantemente apostado, há décadas, em lhes minorar o sofrimento.Quanto ao "dinheiro não dar tudo", permitam-me corroborar, abertamente, a afirmação desse grande Senhor da Lezíria. No final da década de 70, a caminho de São Leopoldo, (Minas Gerais), para visitarmos uma Feira de gado Santa Gertrudes, o mencionado Senhor António de Sommer Champalimaud chorou, sem rodeios, no meu ombro, ao falarmos de algumas vicissitudes familiares!...Que a Providência permita que os sucessores de Fernando Palha perseverem no talentoso exemplo de seus maiores, todo ele talhado na firmeza de carácter e no amor do próximo, sob pena de nos vermos submersos pela impante mediocridade do "novo-riquismo" que por aí prospera e nos depaupera.Reiterando o meu grato apreço por todos quantos tornam possível o prestigiado O MIRANTE prevaleço-me do ensejo para apresentar os meus melhores cumprimentos, subscrevendo-me atentamente. Luís Arnaut Pombeiro