Pedro Mateus, 32 anos de idade, gere o sector imobiliário do Grupo Mateus, com sede no Entroncamento. Um negócio que entretanto se expandiu para o Algarve. “Humildade” é uma palavra que gosta particularmente, porque define uma qualidade essencial para quem quer ter sucesso. E é com humildade que desvenda o seu calcanhar de Aquiles e que anuncia o seu próximo investimento em termos pessoais. Aprender inglês. Nas reuniões com grandes grupos económicos estrangeiros, tem de se fazer acompanhar por tradutores que lhe permitam negociar na língua anglo-saxónica e como ele reconhece, “hoje já nada se faz sem o inglês”.Ainda é ao pai, Albano Mateus, que cabem as grandes decisões do Grupo. Mas ao nível das ideias grande parte do trabalho passa pelo jovem empresário. Foi com o pai que se habituou a trabalhar desde jovem. Com o pai e com toda a família. Primeiro no ramo da distribuição, quando a “Galinha Gorda” era o principal negócio e a seguir em todos os outros projectos. Hoje o Grupo constrói centros comerciais, retails parks e condomínios de luxo. Um negócio que já expandiu até ao Algarve. A maior aventura foi o Torreshopping, que inicialmente estava destinado a ser um armazém e umas casas de habitação. “Não sabíamos nada do assunto mas aprendemos depressa. Criámos um centro comercial de sucesso. Quando começámos, ninguém sabia onde era Torres Novas. Hoje, são os grandes investidores que nos procuram”, diz com satisfação.O que faz um jovem empresário de sucesso nas horas vagas? “Actualmente aproveito todo o meu tempo livre para estar com a família. Com o Fábio, que vai fazer quatro anos e é um reguila de todo o tamanho e com a Joana que tem um ano de idade. Eles ajudam-me a distrair dos problemas da empresa”, confessa. Pedro Mateus levanta-se todos os dias 7h30 da manhã e coopera nas tarefas domésticas. Auxilia a mulher a vestir os miúdos e leva o Fábio à escola. A família reside no Entroncamento. Depois toma o pequeno-almoço com a esposa e vai para a empresa”. Os dias de trabalho nunca são rotineiros. “Nunca sabemos o que vai acontecer. Os assuntos vão surgindo. Uma das minhas missões é manter a equipa calma”. Pedro Mateus sabe quando começam os dias de trabalho mas raramente sabe quando terminam. “Nunca sei a que horas chego a casa mas há um princípio de que não prescindo. Chegue às 9, às 10 ou às 11, depois de chegar não volto a sair. “Habitualmente consegue jantar com a família e a seguir ajuda a deitar os filhos. Muitas vezes conta-lhes histórias. “Das clássicas e tradicionais. Os Três Porquinhos, por exemplo. Aquilo também me distrai e diverte”.É simpatizante do Benfica mas não liga muito à bola. “O futebol ajuda muito no princípio das conversas de negócios. Mas se o meu interlocutor é um apaixonado pela modalidade tenho que o avisar logo que não percebo nada. Se houvesse um curso para saber mais de futebol talvez me matriculasse”, diz na brincadeira. O tempo das noitadas também já lá vai. O casamento e os filhos alteraram-lhe os hábitos de tal maneira que até deixou de cozinhar como fazia quando estudava. “Quando foi estudar para o Instituto Politécnico de Portalegre, onde tirei o curso de Marketing, o meu pai, com as melhores intenções, arranjou-me uma pensão. Apesar de estar bem instalado sentia-me isolado dos colegas. Procurei outro local para ficar. Não tinha roupa de cama, não tinha nada. Negociei com outra senhoria e consegui ter tudo. Larguei a pensão. Mais tarde, arrendei uma casa com colegas. A mim calhou-me ser responsável pela cozinha. Fazia um bom arroz de marisco”, conta.