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Velejadores do concelho de Vila Franca de Xira em peso no mundial de Vaurien em Vela

Velejadores do concelho de Vila Franca de Xira em peso no mundial de Vaurien em Vela

Cinco embarcações são do Alhandra Sporting Club, União Desportiva Vilafranquense e Cimpor

Selecção nacional composta por nove embarcações integra três equipas do Alhandra Sporting Club, uma do GDP Cimpor (Alhandra) e outra do União Desportiva Vilafranquense. O mundial decorre entre 19 e 28 de Julho em Laredo, Espanha

O concelho de Vila Franca de Xira vai estar representado em força no 46º Campeonato do Mundo da Classe Vaurien em Vela, que decorre entre 19 e 28 de Julho em Laredo, Espanha. As três provas de apuramento nacional ditaram que seis das nove embarcações fossem oriundas do município, com as duplas Alexandre Paulino – Luís Silva (1º do ranking sénior) e Francisco Prazeres – Nuno Garrafão (2º do ranking, 1º Master), ambos do Alhandra Sporting Club, Paulo Prazeres – Joaquim Machado (4º), do GDP Cimpor (Alhandra), Jeremy Carvalho – Rui Soares (5º do ranking, 1º júnior), do Alhandra Sporting Club, Nuno Teixeira – Tiago Calado (7º), do União Desportiva Vilafranquense, e Ricardo Ferreira – Pedro Pinto (9º), do GDP Cimpor (Alhandra). No entanto, ao que tudo indica, o concelho vai ficar reduzido a cinco embarcações em virtude da dupla Ricardo Ferreira – Pedro Pinto não se fazer representar por imperativos extra-competição.Alexandre Paulino anda na Vela desde os sete anos. Iniciou-se no Alhandra SC, foi depois para o União Desportiva Vilafranquense (UDV), tendo regressado ao primeiro clube há três anos. O gosto pelos desportos náuticos resultou da influência do pai, que já andava de barco. Aos 35 anos, Alexandre Paulino venceu pela primeira vez o ranking nacional. No pecúlio do ano conta ainda com o 2º lugar no Campeonato Nacional da Classe Vaurien, disputado em Alhandra entre 4 e 6 de Maio último. Alexandre Paulino fez a escola de Vela, começando pelos Optimist. Ainda cedo, foi para o Vaurien, onde se mantém até aos dias de hoje. Por não ser uma classe profissional ou olímpica, a preparação física depende da disponibilidade de cada tripulação. Alexandre Paulino treina oito horas semanais, divididas por dois treinos náuticos, sem ginásio. São condicionantes que se vão reflectindo ao mais alto nível.Sobre as expectativas para o mundial, a pretensão do velejador prende-se em igualar ou até mesmo superar a melhor classificação de sempre, ou seja, o 23º lugar. Alexandre Paulino faz pela primeira vez dupla com o proa Luís Silva, 34 anos, que trocou com Joaquim Machado, atleta que rumou em direcção ao GDP Cimpor para se juntar a Paulo Prazeres. A escolha revelou-se a mais acertada. As boas exibições fazem Luís Silva desdramatizar o facto da Vela ser vista como um desporto de elite, ao dar o exemplo do Alhandra SC, um clube modesto que movimenta muitos atletas e que consegue obter bons resultados nos desportos náuticos.Em segundo do ranking nacional surge a dupla Francisco Prazeres e Nuno Garrafão, também do Alhandra SC. Venceram este ano a PAN Norte, no Porto e a Pan Sul, em Tavira. No entanto, uma má classificação no Campeonato Nacional, com um 7º lugar, ditou o segundo lugar em termos de ranking. A classificação valeu a Francisco Prazeres o apuramento para o mundial de Vaurien, o que acontece pela 21ª vez. A melhor posição que alcançou em mundiais da especialidade foi um 12º lugar. Na presente edição afirma que vai dar o seu melhor, que pode passar por uma surpresa. Até porque já conhece a zona de regatas, está por isso expectante numa classificação entre os 20 primeiros. Vai também fazer os possíveis por ser a primeira embarcação portuguesa, sem desprimor para os colegas de selecção. Francisco Prazeres tem 51 anos. Iniciou-se na Vela aos 17 anos no Alhandra SC, na Classe Europe. Competiu ainda em Snipe, tendo abraçado posteriormente a Classe Vaurien. Representou ainda o GDP Cimpor.O mundial contará também com Nuno Teixeira e Tiago Calado, dupla do União Desportiva Vilafranquense que conseguiu o passaporte para a competição com poucos meses de prática na Classe Vaurien. Tiago Calado realça o feito ao importante apoio que tiveram de Alexandre Paulino, bem como da secção náutica do UDV, que incentivaram a dupla a progredir e a andar com o projecto para a frente. As perspectivas para o mundial são as melhores possíveis. Nuno e Tiago almejam um lugar no meio da tabela. No entanto, caso exista vento as hipóteses de subirem na classificação aumentam consideravelmente por serem uma tripulação leve. Para o futuro, esperam ainda ter apoios mais consistentes das empresas da região. Tiago Calado vê com agrado o apoio efectuado pela câmara municipal e Junta de Freguesia de Vila Franca, respectivamente, bem como da Autocampismo, empresa de Castanheira do Ribatejo que cedeu uma auto caravana para o transporte e estadia nas competições. “É uma ajuda muito grande, visto serem visíveis as dificuldades financeiras do UDV e da Federação Portuguesa de Vela”, salienta.  Clubes precisam de apoiosJoaquim Cabral, presidente da secção náutica do Alhandra Sporting Club, está convicto que as boas prestações dos seus atletas para o mundial vão ser “ao nível do que estamos habituados”. O mesmo responsável realça o dinamismo dos desportos náuticos no clube, salientando que os pergaminhos e tradições na Vela, que conta com campeões mundiais, europeus e nacionais, não têm tido o devido apoio por parte do executivo da Junta de Freguesia de Alhandra. “Curiosamente, a câmara municipal tem apoiado”, atesta Joaquim Cabral, que complementa: “Precisamos de reformular os balneários, que se apresentam sem as mínimas condições para utilização. Para tal, será necessário alterar toda a estrutura do parqueamento da secção náutica. A resposta que obtivemos foi que, por uma questão estética que envolvia cerca de 15 metros, não seria autorizada a respectiva reformulação”, lamenta.O director da secção náutica do UDV, Ruy Shiozawa, mostra-se orgulhoso que dois atletas do seu clube representem o país num mundial, pese embora o pouco tempo na classe e a escassez de apoios. Refere também que a secção está a envidar esforços para que se reúna uma verba que permita a deslocação dos velejadores a Espanha, ao mesmo tempo que se pretende encontrar um patrocinador oficial para a próxima época. Ruy Shiozawa dá ainda conta da falta de verbas para melhorar a área dos balneários da secção, que poderá ser ultrapassada por uma maior rentabilização do porto de recreio (marina) e do parque de estacionamento de barcos. “Tem em vista um maior encaixe financeiro, como forma a permitir alguma mobilidade económica para a secção náutica do UDV”, conclui.
Velejadores do concelho de Vila Franca de Xira em peso no mundial de Vaurien em Vela

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