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“Sempre ouvi falar de crise”

“Sempre ouvi falar de crise”

António Cruz Costa recebeu Galardão Carreira Empresarial
“Sempre ouvi falar de crise e sempre senti uma grande crise à minha volta. Senti crise quando não tinha clientes, know-how, dinheiro ou crédito. Mas acho que nunca fiz crise à minha volta porque paguei sempre a tempo e horas”. As palavras são de António Cruz Costa, o empresário da Inducol, indústria de peles, sedeada em Amiais de Cima, Santarém, que quinta-feira foi distinguido com o Galardão Carreira Empresarial. O premiado, de 69 anos, que se orgulha de colaborar com o mundo da moda e ter na sua carteira de clientes a dupla de estilistas Dolce & Gabanna, confessa que fica satisfeito por contribuir para melhorar a vida de algumas pessoas. “E não estou a falar só de dinheiro”, sublinha o homem que ganhou o primeiro dinheiro como empresário aos 11 anos de idade a vender fruta à porta da igreja e que hoje gere cinco empresas e 25 milhões de euros.A sócio-gerente das empresas Vieira e Alves Metalomecânica e Construções Vieira Alves, em Abrantes, Emília Alves, distinguida com o galardão mulher empresária, também começou cedo a vida de trabalho. Aos 14 anos já trabalhava na cozinha e refeitório do Santuário de Fátima. Porque não gostava de estar parada. Hoje define-se uma mulher hiperactiva mas simples. Tal como as palavras que usou no discurso da cerimónia. “Não tenho jeito para discursos, mas queria dedicar o prémio à equipa e à família. Tenho pena que o meu pai não possa estar aqui hoje porque quando soube do projecto foi uma pessoa que me deu força e coragem para avançar”, enfatizou a mulher que já montou ferro, arranjou rebarbadoras, extensões monofásicas e máquinas de soldar. A empresária, que trabalha 12 horas por dia, circula na unidade industrial de Abrantes com a farda de trabalho cinzento. A contrastar com o fato com tonalidades de dourado com que se apresentou na entrega dos prémios. O discurso mais comovido foi o do jovem empresário Pedro Mateus, gerente do sector imobiliário do grupo Mateus com sede no Entroncamento, a quem a emoção cortou a voz. O “cérebro” do grupo que constrói centros comerciais, retails parks e condomínios de luxo, um negócio que já se expandiu até ao Algarve, compareceu na cerimónia ao lado da esposa e dos dois filhos, de um e quatro anos, que ajudam o pai a distrair-se dos problemas da empresa. A pequena Joana ainda foi confortavelmente instalada no carrinho de bebé, mas Fábio fez sensação na festa com fato e gravata vermelha. Quem sabe o prenúncio da natural transição no grupo familiar.
“Sempre ouvi falar de crise”

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