Desde já saliento que não é meu apanágio ou propósito tecer estas linhas ao abrigo de qualquer ‘direito de resposta’ - bem longe disso - mas julgo de todo conveniente esclarecer os leitores sobre o que envolveu e procurou consubstanciar, segundo o seu autor, a notícia que tinha por título “Cortaram o pio a João Marques”, inserida na rubrica “Guarda-Rios” da passada edição de O MIRANTE. No decorrer do saboroso jantar que juntou as Tertúlias de Vila Franca de Xira, promovido pela edilidade, quando se procedia à entrega de lembranças, e em representação da Tertúlia Burladero, da Póvoa de Santa Iria, que foi criada e dirigida pelo saudoso João Cachené, entendi por bem evocar o seu nome. Em jeito de recordação, salientei que aquele apaixonado da Festa Brava, entretanto falecido, era igualmente associado do Grupo Tauromáquico Sector-1, do Clube Taurino Vilafranquense e membro, desde a sua fundação, da tertúlia dos Almoçaristas, pelo que em meu entender deveria aí ter merecido uma justa homenagem. A emoção que evidenciei naquela curta, mas sentida intervenção, ficou explícita e patente em todos, pelo que sem mais delongas havia mesmo que a terminar. E foi isso que aconteceu. Por assim ser não entendo, obviamente, que a interrupção seja classificada como “a voz do coração foi silenciada pelo poder” e até indo bem mais longe que se apontem “limites da democracia”. E porque de facto se vivia num espírito aberto, franco e participado, pelo meio dos fados e guitarradas, num ambiente verdadeiramente vibrante, tive ensejo de declamar um conjunto de quadras, feitas na ocasião, e que tinham por mote o saboroso momento que se vivia. Enfim, uma grande noite tertuliana.João Marques – Póvoa de Santa Iria